Política

Em Alagoas, disputa eleitoral está mais acirrada para o Senado

Enquanto não há oponente que atrapalhe a reeleição do governador, o cenário modifica quanto o trato é Brasília

Por Carlos Victor costa com Tribuna Independente 15/05/2018 07h41
Em Alagoas, disputa eleitoral está mais acirrada para o Senado
Reprodução - Foto: Assessoria
  A disputa pelas duas cadeiras para o Senado Federal este ano deve ser uma das mais acirradas na campanha eleitoral deste ano em Alagoas. O pleito de outubro já apresenta como pré-candidatos, até o momento, os senadores Renan Calheiros (MDB), Benedito de Lira (Progressistas), que vão em busca da reeleição; além do deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) e dos federais Maurício Quintela Lessa (PR) e Marx Beltrão (PSD). Buscando mais oito anos no Senado, ele que está no Congresso há 24 anos, Renan Calheiros informou a reportagem da Tribuna Independente que quanto mais candidatos à eleição deste ano tiver, mais representativo será o processo eleitoral. “É natural que na disputa por duas vagas você tenha uma quantidade maior de candidatos. Acho que isso qualifica. Todos, indiscutivelmente, são bons candidatos. É importante estimular a entrada de concorrentes para que a eleição seja mais representativa”, disse o senador. Além da experiência política, o senador Renan Calheiros tem como trunfo a reeleição do governador Renan Filho para ajudar em suas pretensões de permanecer no Senado. Até o momento, a disputa pelo governo está favorável para o emedebista, já que nenhum nome que represente competitividade foi apresentado para confrontar o Chefe do Executivo. Outro pré-candidato que falou com a Tribuna foi o deputado federal e ex-ministro do Turismo Marx Beltrão (PSD). Mesmo sem ter sido o escolhido como o segundo senador da chapa do governador Renan Filho, ele se intitula candidato avulso. Questionado como iria formar o palanque para tentar a eleição no Senado, Marx disse que independentemente de qualquer coisa, apoia a reeleição do governador Renan Filho e rejeita uma possível chapa com a oposição, hoje representada pelos pré-candidatos Rodrigo Cunha (PSDB) e Benedito de Lira (Progressistas). “A chapa do governador Renan, pelo que está postado para sociedade, é com o senador Renan e com o Maurício Quintela. Com relação a minha candidatura, sou candidato avulso. Eu apoio o Renan Filho e nunca disse diferente disso. Eu não sou oposição ao governador, então para me juntar com um ou com o outro eu teria que ser oposição. Sou do tipo de pessoa que tenho palavra e decência. Tenho uma linha política que não tem curvas, eu trabalho de forma reta. Respeito todas as candidaturas e a população terá ótimos nomes para avaliar e sei que tenho capacidade de assumir uma das cadeiras no Senado”, analisou Marx. Segundo candidato na chapa do governador Renan Filho (MDB), Maurício Quintella, que até pouco tempo estava no grupo oposicionista, terá como trunfo o palanque do governo, como também o trabalho que realizou a frente do Ministério dos Transportes. Atualmente senador, Benedito de Lira (Progressistas), conta com diversos municípios para apoiar sua reeleição, mas está numa situação complicada por hoje não ter um palanque formado. Já o deputado estadual Rodrigo Cunha pegou até mesmo o seu grupo de surpresa ao anunciar a pré-candidatura ao Senado. Tido como candidato independente e que “não se alia com gente que não levaria para jantar em casa”, Cunha tem como carta na manga, o trabalho realizado na Assembleia Legislativa, através da cobrança de transparência do Poder em que legisla. Terceiro candidato pode ser beneficiado   Numa análise sobre o atual cenário para o Senado, a cientista política Luciana Santana acredita que esta será uma eleição muito competitiva e acirrada, por conta principalmente dos nomes apresentados momentaneamente. Luciana avalia que ainda é cedo para dizer que os nomes de candidatos tidos como “novos” possam ameaçar a reeleição de Renan Calheiros e Benedito de Lira. “São dois cargos em disputa e em tese um está disputando uma cadeira e o outro a outra, não quer dizer que os dois estão disputando no mesmo tempo a mesma cadeira”, analisa. [caption id="attachment_99992" align="aligncenter" width="550"] Luciana Santana ressalta que o cenário ainda é indefinido devido à existência de duas vagas ao Senado (Foto: Sandro Lima)[/caption]   A cientista política lembrou o episódio da eleição de 2010, quando foram eleitos Benedito de Lira em primeiro lugar, tendo em segundo Renan Calheiros. Ela disse que o que fez o senador progressista ganhar a eleição como o mais votado foi o fato da disputa interna e externa entre Renan e Heloísa Helena, à época no PSOL. Benedito aparecia em terceiro nas pesquisas eleitorais. “Em muitos casos o que acontece é que quando há oposições muito desenfreadas uma em relação a outra. A chance de um terceiro candidato se beneficiar dos votos é constante. Existia uma disputa muito acirrada entre o eleitor que votaria no Renan, mas que não votaria na Heloísa, e o que votaria na Heloísa e não no Renan, mas em ambas situações o que votava na Heloísa e o que votava no Renan poderia votar no Benedito, isso fez com que para muitos o voto de muitos eleitores mencionassem fizessem a opção pelo voto no Benedito. Por isso, a explicação que temos para que ele tenha sido o mais votado não necessariamente porque ele vinha com desempenho considerado nas pesquisas, pois ele sempre vinha como terceiro lugar”.