Política

Sindicato contesta dados da Prefeitura de Maceió

Entidade informa que gestão Rui Palmeira está interessada em firmar contratos e jogar responsabilidade para Justiça

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 10/05/2018 07h55
Sindicato contesta dados da Prefeitura de Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
O Sindicato dos Servidores Públicos de Maceió contesta a versão do prefeito Rui Palmeira (PSDB), que alega não haver condições de o município atender o pleito de reposição salarial da categoria que não ocorre há dois anos. Por meio de uma nota, a Prefeitura de Maceió alega que o corte de R$ 80 milhões no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) compromete a capacidade de investimentos. Segundo a nota, a mesa de negociação com os servidores segue aberta. Questionado se a resposta da Prefeitura sobre “não ter condições financeiras” procede para o Sindicato, o presidente da instituição, Sidney Lopes disse que o próprio balanço feito pela gestão do prefeito Rui Palmeira mostra que a reivindicação da categoria pode ser atendida, mas que o governo tucano não tem interesse em atender a demanda. “O interesse do município de Maceió é fazer contrato. Eles gastam mais da metade de todo dinheiro da arrecadação do município fazendo contratos. A questão é conceder o aumento salarial ao servidor. No ano passado, o prefeito Rui disse que a prefeitura não tinha dinheiro. Este ano, a prefeitura divulgou o balanço financeiro e os números mostram o contrário. Está abaixo de 48% e pode chegar até 51% que é a prudência ou até 54% que é o limite. Então, o ano passado ele estava abaixo disso, esse ano também. O interesse do prefeito é gastar dinheiro com empresário, com contratos”, argumenta Lopes. De acordo com a Secretaria Municipal de Gestão (Semge), o município vem realizando simulações para encontrar uma forma de atender aos servidores, de modo que a pontualidade da folha de pagamento não seja comprometida. Segundo o sindicato, as negociações com a prefeitura não avançam. “Contrato com terceirização é de R$ 8 milhões”   O presidente do Sindicato dos Servidores dos Servidores Públicos de Maceió ainda desafia o prefeito Rui Palmeira a provar que com a atual receita, o município não possa conceder a reposição salarial dos servidores. “Eu quero que ele me prove com o balanço que tem que não pode dar aumento. Pode gastar até 54% com folha de pagamento. O balanço está em 47%, muito abaixo e com isso pode dar aumento. O problema é que o prefeito está pegando o restante e usando em cima de contratos. Porque eles não diminuem os contratos? Contratos com locação de carros, terceirização. A terceirização é R$ 8 milhões”, cita o presidente do sindicato. O sindicalista acredita ainda que a prefeitura, como fez em outras ocasiões, irá judicializar a greve e jogar toda a responsabilidade para a Justiça, que geralmente decide a favor do Município. A categoria se reúne nesta quinta-feira (10) para deliberar uma assembleia com o intuito de debater a data-base e a greve geral.  De acordo com Sidney, após o encontro os servidores irão decretar a paralisação. Em ofício protocolado, o sindicato quer 16,09% de aumento. O reajuste de 2016 foi de 4,5%, portanto, abaixo da inflação do ano anterior. Por diversas vezes, o prefeito Rui Palmeira alegou que não a prefeitura não tem condições de garantir aumento, por conta da crise econômica do país. DIÁLOGO Em contato com a reportagem da Tribuna Independente, o vereador Silvânio Barbosa (MDB) informou que amanhã (10), os secretários municipais irão se reunir com o Sindicato dos Servidores dos Servidores Públicos de Maceió para tratar sobre as demandas salariais. FALTA DE SENSIBILIDADE Com a possibilidade de mais uma greve dos servidores municipais, o vereador Sílvio Camelo (PV) também tratou sobre o assunto. Ele defende a legalidade da paralisação. “Há mais de dois anos que a prefeitura não faz, ao menos, a reposição da inflação e tem aumentado tudo. Tarifa de ônibus, energia elétrica, alimentação, aluguel. E o servidor precisa que seja feita a reposição. É preciso que a prefeitura tenha essa sensibilidade e a Câmara se coloca à disposição para tentar sensibilizar a prefeitura nessa questão”, diz Sílvio Camelo.