Política

Delator diz que assassinato de Marielle foi encomendado por vereador e miliciano

Testemunha teria presenciado pelo menos 4 conversas entre o político e ex-PM

Por Jornal GGN 09/05/2018 10h41
Delator diz que assassinato de Marielle foi encomendado por vereador e miliciano
Reprodução - Foto: Assessoria
A morte de Marielle Franco pode ter sido encomendada pelo vereador Marcello Siciliano (PHS) e pelo ex-PM preso sob acusação de chefiar uma milícia, Orlando Oliveira de Araújo. É o que informa o jornal O Globo. Segundo o diário, "um homem que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio" procurou a polícia e contou, em troca de proteção, que Siciliano e Orlando queriam a morte de Marielle. "Em três depoimentos à Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, ele deu informações sobre datas, horários e até locais de reuniões entre o vereador e o miliciano, que hoje cumpre pena em Bangu 9. Também forneceu detalhes de como, segundo ele, a execução foi planejada", divulgou o jornal. O vereador negou conhecer o miliciano e disse que a notícia é "totalmente mentirosa". Por outro lado, o depoente afirmou que "o vereador e o ex-PM têm negócios em conjunto na Zona Oeste" e citou "15 pessoas, incluindo policiais, bombeiros e empresários, que seriam participantes do grupo comandado pelos dois. Segundo a testemunha, Siciliano dá suporte financeiro a várias ações da suposta milícia." A testemunha teria presenciado pelo menos 4 conversas entre o político e ex-PM, e forneceu nome de 4 homens que teriam sido escolhidos para o crime. Uma das conversas aconteceu em um restaurante no Rio. O delator diz que estava sentado em uma mesa próxima a do vereador e do ex-PM, e ouviu quando o primeiro disse que tinha que resolver a situação de Marielle rápido, porque ela estava "atropelando" ele. O Globo revelou que o delator trabalhava como segurança pessoal de Orlando, depois de ter seu negócio (instalação clandestina de TV a cabo nas comunidades) roubado pela milícia. Orlando já estava preso em Bangu quando o plano de executar Marielle entrou em ação. Ele teria ordenado os preparativos de dentro da prisão, segundo a testemunha. O jornal ainda publicou que o delator procuou inicialmente a Polícia Federal para prestar o depoimento, mas acabou sendo direcionado para a Polícia Civil, que investiga o caso.