Política

PF deflagra operação contra ‘fantasmas’ na Assembleia

Denominada 'Malacafa', ação cumpre catorze mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió, Batalha e Jacaré dos Homens

Por Carlos Amaral com Tribuna Hoje 10/04/2018 07h54
PF deflagra operação contra ‘fantasmas’ na Assembleia
Reprodução - Foto: Assessoria
A Polícia Federal (PF) em Alagoas deflagrou na manhã desta terça-feira (10) a Operação Malcafa, cujo objetivo é investigar a presença de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa Estadual (ALE). Catorze mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Maceió, Batalha e Jacaré dos Homens. A ação é um desdobramento da Sururugate. Segundo a assessoria de comunicação da PF em Alagoas, a operação desta terça contou com 60 agentes “e tem com alvos políticos e outras pessoas envolvidas, supostamente, em esquema de inserção de funcionários fantasmas na folha de pagamentos da Assembleia Legislativa Estadual”. SURURUGATE A primeira ação da Sururugate ocorreu em março de 2017 em parceria com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) que, em seus levantamentos, identificou a presença de mortos e beneficiários do programa Bolsa Família na folha de pagamentos da ALE. Somente entre os anos de 2010 e 2013, segundo a CGU, o montante desviado ultrapassara R$ 150 milhões. A fiscalização encontrou falhas na folha de pagamentos da ALE que iam desde subdeclaração na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) à acumulação ilegal de cargos e empregos públicos; percepção de benefícios sociais, previdenciários e da reforma agrária em desacordo com a lei; e pagamentos a servidores após registro de óbito no Sistema de Controle de Óbitos (SISOB). RETOMADA No último dia 21 de março, a PF fez diligências na cidade de Batalha, Sertão de Alagoas, para apurar denúncias feitas em vídeo por José Márcio Cavalcante de Melo, conhecido como Baixinho Boiadeiro, filho do vereador assassinado em Batalha, Neguinho Boiadeiro. Segundo Baixinho, essa denúncia teria motivado a morte do pai. Baixinho está foragido da Justiça, acusado de tentar matar José Emílio Dantas, apresentou uma lista de supostos “laranjas” da ALE. Tal documento estaria em posse de seu Neguinho Boiadeiro e que comprometeria o presidente da Casa de Tavares Bastos, deputado Luiz Dantas (MDB), além da prefeita de Batalha, Marina Dantas (MDB), casada com Paulo Dantas, ex-prefeito do município e filho do deputado estadual. Na lista apresentada por Baixinho, constam 17 pessoas que receberam entre R$ 12 mil e R$ 17 mil em suas contas, mas ficavam apenas R$ 300. O restante, supostamente, seria destinado a Luiz e Marina Dantas, por meio de um vínculo entre as contas da ALE e da Prefeitura de Batalha. A assessoria de comunicação da PF em Alagoas não deu mais detalhes da Operação Malacafa até o momento, mas deverá fazê-lo até a tarde desta terça-feira.