Política

'Lula só não será candidato se morrer', diz presidente do PT/AL

Segundo Ricardo Barbosa, candidatura está mantida do ex-presidente será registrada em agosto estando ele preso ou solto

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 06/04/2018 08h05
'Lula só não será  candidato se morrer', diz presidente do PT/AL
Reprodução - Foto: Assessoria
Lula será candidato sendo preso ou não. Essa é a posição do PT, mesmo após o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (4), do habeas corpus (HC) impetrado por sua defesa devido à condenação de 12 anos e um mês imposta pelo Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) no caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo. O pleno do STF decidiu por seis votos a cinco rejeitar o HC que favoreceria Lula e impediria que ele começasse a cumprir a pena antes do trânsito em julgado da ação penal, logo após a segunda instância. “No dia 15 de agosto, Lula registrará sua candidatura. Não existe alternativa, apesar do que se especula, de ele se exilar, ou de encontrar qualquer tipo de subterfúgio para não enfrentar – não a prisão – mas os golpistas. Mesmo que fique preso, por muito ou pouco tempo, o registro de sua candidatura só não será feito – e isso não vai acontecer – se Lula morrer”, garante Ricardo Barbosa, presidente estadual do PT. Ainda de acordo com Ricardo Barbosa, a eventual prisão do ex-presidente e o impedimento de sua candidatura não serão tarefas fáceis. “Primeiro, vamos resistir, até mesmo à prisão do Lula. Tem mobilização e vamos fazer correntes humanas para impedir que ele seja preso. E se for preso, será com muita resistência”, diz. Além disso, na avaliação do dirigente petista em Alagoas, a prisão de Lula repercutirá internacionalmente e de maneira positiva ao petista. “O Lula solto já é o que é, figura de carisma mundial, inclusive é candidato a receber o Prêmio Nobel da Paz. E agora preso, vamos ter a repercussão aqui de um Mandela. Não queríamos isso, mas talvez Lula preso comova mais a sociedade brasileira do que ele solto sobre o que ocorre no país”, completa Ricardo Barbosa. Entretanto, Lula pode ser solto em pouco tempo, ou nem chegar a ser preso. Isso porque tramita na Suprema Corte Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) contra a possibilidade de prisão após segunda instância. Mas Cármem Lúcia, que preside a Corte, já deu sinais de que não as colocará em pauta. ADCs ainda podem ser analisados   A análise das ADCs pelo STF já vem há algum tempo gerando atritos entre alguns ministros, mesmo assim Cármem Lúcia não deverá colocá-los em pauta. Para Ricardo Barbosa, o assunto só deve ir a plenário após a troca de comando da Suprema Corte. “Ou se o ministro Marco Aurélio, que é o relator desse tema no STF, julgar as liminares impetradas, e pode ser a qualquer tempo. Assim, independerá da vontade essa discussão ir a plenário”, explica Ricardo Barbosa, que também é advogado. “Alguns ministros, não sei se por questão de misancene [deriva de expressão francesa voltada ao cinema que significa jogo de cena], demonstraram certo apreço às normas constitucionais e também certo temor que o STF se desmoralize, como tem se desmoralizado o Poder Judiciário e muitas instituições depois do ‘golpe’”, completa. PAULÃO Para o deputado federal Paulão (PT), a incerteza se Cármem Lúcia colocará a possibilidade de prisão em segunda instância na pauta do STF se deve à pressão “da elite brasileira e da Rede Globo”. “Querem trabalhar o tapetão porque não conseguem interpretar que cada vez que tem uma pesquisa, o Lula cresce. Um observador político internacional não compreende a democracia no Brasil. Primeiro, com esses cortes que ocorreram, como entre 1964 e 1985. E, de repente, a qualquer custo a elite brasileira – que nunca tirou o pé da casa grande – quer destruir a maior liderança popular do país”, comenta Paulão.