Política

Amplitude da chapa de Renan Filho não incomoda o PT

Segundo Ricardo Barbosa, presidente estadual da legenda, o principal é o apoio do MDB alagoano a Lula

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 28/03/2018 08h08
Amplitude da chapa de Renan Filho não incomoda o PT
Reprodução - Foto: Assessoria
A amplitude política da coligação à reeleição do governador Renan Filho (MDB) só faz aumentar. A mais recente aquisição foi o PR de Maurício Quintella e há possibilidade do DEM de José Thomaz Nonô e, até, o Pros de Bruno Toledo. Essas lideranças e forças políticas apoiaram o impedimento de Dilma Rousseff em 2016, mas para o PT em Alagoas suas presenças não são problema, desde que os emedebistas alagoanos sigam em apoio à candidatura de Lula para presidente. Para Ricardo Barbosa, presidente estadual da legenda, os demais partidos que migraram do campo do PSDB para o do MDB, o fizeram após o PT já ter deliberado por retornar à base de apoio de Renan Filho. “A mudança de conjuntura ocorre com a desistência do Rui em disputar o Governo do Estado e há esse movimento posterior ao nosso do PT. Essas forças políticas viram que o projeto montado para a disputa deste ano acabou e procuram outro espaço. E é obvio que o governador não deve ter o interesse em rejeitar apoio. Nós do PT, pelos mesmos motivos que alegamos sobre a composição com MDB lá trás, mantemos a mesma posição”, comenta. Ainda de acordo com ele, a presença de Maurício Quintella – talvez a de Nonô e de Bruno Toledo – não causa embaraço ao PT. “Haverá embaraço se houver prejuízo de relação no que para nós é prioridade: palanque do Lula em Alagoas. Se houver chapas montadas para viabilizar candidaturas de federal, seja ela qual for, que signifique mudança de postura do MDB em direção a outra candidatura presidencial fora do nosso campo, nós vamos rediscutir. Mas ainda não houve nenhuma sinalização disso”, completa Ricardo Barbosa. SECRETARIA O PR de Maurício Quintella passou a ocupar a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) no momento que aderiu à nau governista. No entanto, essa discussão por espaços na equipe de Renan Filho não prosperou com o PT. Segundo Ricardo Barbosa, isso não gerou sequer desconforto entre os petistas. “Não gerou desconforto no partido porque não sei quais foram as tratativas do Maurício com o governo. E não me interessa saber, elas são da alçada deles, Renan Filho e ele. As nossas discussões com o governador se deram a partir de premissas e narrativas que dizem respeito ao PT”, resume. PARLAMENTO O PT deve repetir a tática eleitoral de 2014 para a Câmara dos Deputados e lançar apenas um nome para a disputa. No caso, o deputado federal Paulão. Já para a Assembleia Legislativa Estadual (ALE), o partido apresentará mais nomes. “Já para ALE a gente acha que é provável, já que é possível, sair com chapa própria e é nisso que estamos trabalhando. Para federal, a dificuldade é conseguir uma boa composição para nós”, diz Ricardo Barbosa. GOVERNO O anúncio de Rui Palmeira em não se candidatar neste ano, na avaliação do presidente estadual do PT, deu a Renan Filho “larga vantagem” na disputa pelo Governo do Estado, mas o maior impacto teria se dado na chapa para deputado federal. “O impacto maior da desistência do Rui, a meu ver, ocorreu na chapa de federais. Com a saída dele e a ida do Maurício [Quintella] para o outro grupo, vai ter um salve-se quem puder danado no campo que era do PSDB. Eles precisam se recompor e é obvio que o farão onde há essa possibilidade”, analisa Ricardo Barbosa. Para ele, independente do nome apresentado pela oposição, nenhum terá condições favoráveis para vencer o atual governador em outubro. “Até por questão de tempo, essa candidatura não vai adquirir musculatura para concorrer em pé de igualdade. A candidatura do Renan, para falar a verdade, é a única posta até agora. Avalio que para governador, ele sai com larga vantagem”.