Política

Doria usa 'divórcio' para explicar saída da Prefeitura de São Paulo

Tucano tem até o dia 7 de abril para deixar o cargo e se concentrar nas eleições; vice-governador da chapa pode ser do Partido Social Democrático

Por R7 19/03/2018 17h53
Doria usa 'divórcio' para explicar saída da Prefeitura de São Paulo
Reprodução - Foto: Assessoria
Duramente criticado por abandonar a Prefeitura de São Paulo antes de completar o mandato, João Doria (PSDB) usou o divórcio como exemplo para explicar a sua saída. "Eu tenho palavra. O eleitor pode confiar em mim. No entanto, é como um casamento, por exemplo. Muitos divorciam depois, é normal. Nem por isso, devemos condenar alguém e estigmatiza-lo como traidor", afirmou em entrevista à rádio CBN na manhã desta segunda-feira (19). No último domingo (18), o prefeito foi escolhido pelo PSDB como candidato do partido ao governo do Estado nas eleições de outubro deste ano. Um total de 15.062 filiados votaram nas prévias. Doria recebeu 11.993 votos, ou 80% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou o deputado federal Floriano Pesaro, com 1.101 votos (7,35%). Seguido de Felipe D'Avila, com 993 votos (6,59%) e José Anibal, com 901 votos (5,98%). Os votos brancos e nulos representam, 39 (0,26%) e 35 (0,23%), respectivamente. Doria tem até o dia 7 de abril para deixar a prefeitura de São Paulo e se concentrar nas eleições. Sua candidatura deve ser registrada até 15 de agosto. No dia 16 de agosto, passa a ser permitida a realização de propaganda eleitoral, como comícios, carreatas, distribuição de material gráfico e propaganda na Internet (desde que não seja paga). A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão terá início em 31 de agosto — 37 dias antes das eleições, marcadas para 7 de outubro. Vice-governador Ainda na entrevista, Doria informou que "provavelmente terá uma composição não pura", ou seja, a chapa deve ser feita por políticos de siglas diferentes. O tucano afirmou que o PSDB está em negociação com o PSD e que não descarta nomes como Gilberto Kassab e Guilherme Afif Domingos como vice-governadores. Doria acredita que a composição deve ser com outros partidos também, porque "tem-se uma eleição vinculada à federal, na qual iremos trabalhar fortemente para eleger Geraldo Alckimin para presidente do Brasil". O PSDB trabalha com partidos que tem tempo de TV relevantes, disse o tucano. Novo prefeito O maior passo na carreira política de Bruno Covas vai acontecer exatamente no dia em que completará 38 anos, em 7 de abril — dia em que Doria sai oficialmente do cargo de prefeito. A partir daí, Bruno planeja seguir com uma gestão de continuidade, mas com outro estilo. O combinado é manter o secretariado, os projetos e o ritmo acelerado de trabalho, já de olho na reeleição, em 2020. Durante a entrevista, Doria não poupou elogios à Covas. "Fez a gestão política. Jovem, competente, dinâmico. Fará uma expecional gestão à frente da prefeitura", afirmou. No entanto, no final do ano passado, o vice-prefeito foi tirado do comando da Secretaria das Prefeituras Regionais após duras críticas de zeladoria, marca do governo tucano com o programa Cidade Linda. "Bruno tem a capacidade de compreender a mudança que fizemos em benefício da cidade", disse Doria. Marielle Franco Questionado por um ouvinte, Doria disse que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes não tem posição ideológica. "Tem que ser condenado. As investigações devem ser rigorossísimas", afirmou. O tucano discorda de manifestações que "possam manchar a biografia de Marielle", uma vez que ela não está entre nós para se defender. "Temos que lamentar o assasinato brutal de uma jovem no Rio de Janeiro".