Política

Delfim Netto é alvo de operação da Lava Jato

Ex-ministro da ditadura de 1964 é suspeito de receber R$ 15 milhões indevidamente por sua atuação junto ao consórcio Norte Energia

Por Brasil 247 09/03/2018 10h22
Delfim Netto é alvo de operação da Lava Jato
Reprodução - Foto: Assessoria
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 9, a Operação Buona Fortuna, 49ª fase da Lava Jato. Policiais Federais cumprem 9 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná e São Paulo. Um dos alvos é o ex-ministro Antonio Delfim Netto. Ministério Público Federal no Paraná informou que Delfim Netto é suspeito de receber parcela das vantagens indevidas que seriam direcionadas aos partidos PMDB e PT, em razão de sua atuação na estruturação do consórcio Norte Energia. “As provas indicam que o ex-ministro recebeu 10% do percentual pago pelas construtoras a título de vantagens indevidas, enquanto o restante da propina foi dividido entre o PMDB e o PT, no patamar de 45% para cada partido”, informa a Procuradoria da República. Segundo os investigadores, já foram rastreados pagamentos em valores superiores a R$ 4 milhões de um total estimado em R$ 15 milhões, pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli, todas integrantes do Consórcio Construtor de Belo Monte, em favor de pessoas jurídicas relacionadas a Delfim Netto, por meio de contratos fictícios de consultoria. Delfim Netto já havia dito à Polícia Federal, em 2016, que havia recebido R$ 240 mil da empreiteira Odebrecht por  "motivos pessoais, por pura conveniência", por serviços de consultoria que teria prestado à empresa. Os mandados judiciais cumpridos nesta manhã foram expedidos pelo Juízo Titular da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR. Delfim Neto, de 89 anos, foi ministro da Fazenda durante o regime militar na década de 1970 e ficou conhecido como o ministro do "milagre econômico brasileiro".