Política

SSP diz que Baixinho Boiadeiro matou vereador em Batalha

Para a Polícia, investigação sobre assassinato de Tony Pretinho está praticamente encerrada

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 01/03/2018 08h05
SSP diz que Baixinho Boiadeiro matou vereador em Batalha
Reprodução - Foto: Assessoria
Foragido da Justiça, acusado de tentar matar José Emílio Dantas, José Márcio Cavalcante, o Baixinho Boiadeiro, foi indiciado por outro crime: o assassinato do vereador por Batalha, Tony Pretinho (PR), executado em dezembro de 2017. Os detalhes do crime foram apresentados à imprensa nesta quarta-feira (28) em coletiva realizada pela cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). Segundo as investigações, além de Baixinho, que é considerado o autor intelectual e material do assassinato de Pretinho, também estaria envolvido no crime, Thiago Mariano Tenório, conhecido como Thiago Negão. Thiago, de acordo com a Polícia Civil, teria dado o “tiro de misericórdia” na cabeça da vítima, utilizando uma arma de calibre 12. Outros 15 disparos teriam sido efetuados por Baixinho, que usou uma 9 milímetros para praticar a execução. Tanto Baixinho quanto Thiago são considerados foragidos. O crime contra Tony aconteceu em dezembro de 2017, praticamente um mês após o assassinato de outro vereador do município, Adelmo Rodrigues, o Neguinho Boiadeiro (PSD), pai de Baixinho Boiadeiro, assassinado enquanto deixava a Câmara de Vereadores. Como parte das investigações, a polícia cumpriu na quarta-feira os 12 mandados de busca e apreensão, sendo seis deles em fazendas localizadas nos municípios de Batalha, Jaramataia e Craíbas, de posse da família Boiadeiro. Além dos dois mandados de prisão, durante a ação, Jadielson Batista, conhecido como Del e que segundo a polícia é ligado aos Boiadeiro, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, mas de acordo com a comissão de delegados que investiga o caso, ele não tem participação no assassinato de Tony. O coordenador da Delegacia de Homicídios da Capital, Eduardo Mero explicou que a investigação teve inicio no dia do crime. A comparação balística foi um dos artifícios que fez a polícia ter a convicção de que a arma utilizada no crime contra Tony é a mesma que Baixinho teria utilizado para tentar matar José Emílio Dantas no dia da morte do pai, Neguinho Boiadeiro. Polícia faz correlação com outro crime O delegado João Marcelo foi o responsável em explicar a motivação do crime durante a coletiva de imprensa. Segundo ele, os motivos que levaram Baixinho a cometer o crime teriam ligação com a morte do primo Emanuel Messias de Melo Araújo, o Emanuel Boiadeiro, morto em confronto com a polícia durante uma operação na cidade de Belo Monte há dois anos. Além disso, Baixinho também acredita que Tony Pretinho teria participação no assassinato de seu pai. “Baixinho acreditou que Tony poderia ter ligação por causa das disputas políticas. O Tony tinha um parente nas eleições de Belo Monte e esse Emanuel era ligado ao adversário. Baixinho acreditava que Tony teria entregado a localização do Emanuel, que era procurado pela polícia”, informou o delegado. As informações repassadas pelo delegado João Marcelo coincidem com as que chegaram à reportagem da Tribuna Independente, as quais davam conta de que Tony Pretinho teria delatado onde estava Emanuel, que à época transitava tranquilamente pelas ruas de Belo Monte. Já com relação ao assassinato de Neguinho, o delegado salientou que Baixinho passou a acreditar que Tony tinha ligação com a morte do pai por algumas circunstâncias. “Por conta que o único vereador que não estava na Câmara no dia do crime era Tony e que ele também não participou de uma moção feita pela família de Neguinho, esses fatos podem ter levado Baixinho a acreditar que Tony tinha participação no assassinato. Lembrando que a investigação do crime contra Neguinho segue em curso”. Bahia Boiadeiro sai em defesa do irmão e garante álibi A reportagem da Tribuna Independente procurou a família Boiadeiro para saber se após a coletiva da Secretaria de Estado da Segurança Pública, teria algo a comentar acerca das acusações de que Baixinho teria assassinado o vereador Tony Pretinho. A irmã do suspeito, Bahia Boiadeiro, respondeu que Baixinho tinha provas de onde estava no dia do crime e que ele não tinha motivos algum para cometer esse assassinato. O advogado da família Boiadeiro, Raimundo Palmeira também comentou sobre as investigações da Polícia Civil. Ele explicou que ainda não está habilitado como defensor de Baixinho neste caso, mas que assim que estiver, irá procurar a conclusão da perícia para que possa ter algo de concreto a se posicionar. Sobre a possibilidade de Baixinho se entregar à Justiça, Palmeira disse que é uma decisão da família, mas acredita que todo réu foragido é presa fácil para qualquer tipo de acusação. VÍDEO E INQUÉRITO No início de fevereiro, Baixinho Boiadeiro gravou um vídeo em que levantava suspeitas sobre os autores do assassinato de Neguinho Boiadeiro, acusando novamente a família Dantas de ser a autora do crime. No vídeo, ele acrescenta ainda que a causa da morte de seu pai, como também a do vereador Tony Pretinho, a quem chama de compadre, foi devido a uma documentação que Neguinho tinha em mãos, que segundo Baixinho comprometeria o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Dantas (MDB), como também a prefeita de Batalha, Marina Dantas (PMDB), que é casada com Paulo Dantas, ex-prefeito do município e filho do parlamentar estadual. Questionada sobre a veracidade do vídeo e a intenção dele, a comissão de Delegados afirmou que ele foi feito para tentar despistar a polícia. A polícia informou ainda, durante a coletiva, que em 40 dias o inquérito que investiga a morte de Neguinho será encerrado.