Política

Assentados do Iteral foram os que mais quitaram débitos no NE

Jaime Silva, diretor-presidente do órgão, destaca avanços que Alagoas vem obtendo na questão agrária

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 20/02/2018 08h11
Assentados do Iteral foram os que mais quitaram débitos no NE
Reprodução - Foto: Assessoria
O TH Entrevista, do portal Tribuna Hoje, desta semana conversou com o diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) Jaime Silva. Ele destacou as principais ações do órgão. “Nós conseguimos, em 2017, ser o órgão que mais quitou débitos dos agricultores do crédito fundiário. Ficamos em segundo lugar no Nordeste. Proporcionalmente, em primeiro porque o índice foi de 70%. A grande maioria dos agricultores assistidos pelo Iteral já é dona de suas terras”, relata Jaime Silva. Ainda de acordo com ele, o Governo do Estado pretende usar as terras do antigo Produban e das massas falidas de usinas em Alagoas para a reforma agrária. “Estamos tocando a reforma agrária em Alagoas sem recursos do Governo Federal, com as terras do Produban e das massas falidas de usinas. É uma preocupação que o Governo do Estado tem tido. Tudo o que for de recursos devido ao Governo do Estado será destinado à reforma agrária”, afirma o diretor-presidente do Iteral. Jaime Silva também destacou o apoio que o Iteral tem dado às feiras camponesas, organizadas pelos movimentos sociais do campo. Segundo ele, o aporte de recursos para sua realização foi dobrado nos últimos anos. “Em nossa visão, é uma maneira de acabar com o atravessador, de o agricultor plantar e vender. Assim, o agricultor ter um retorno bem maior de sua produção e o ajuda a permanecer no campo”, comenta. Para ele, investir na manutenção do agricultor no campo ajuda até mesmo nos índices de violência pública. Ele também reclamou da ausência de recursos federais para o setor. “Estamos tocando a reforma agrária sem recursos do Governo Federal”, diz. “Diálogo com movimentos é fundamental” Outro aspecto destacado pelo diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, foi o bom relacionamento com os movimentos sociais de luta pela terra desenvolvido em sua gestão à frente do órgão. “O bom relacionamento com os movimentos sociais é imprescindível para manter as pessoas no campo. No início da nossa gestão, o Governo do Estado pediu que tivesse essa preocupação, não só com o crédito fundiário, mas também com os movimentos sociais. Além dessa preocupação, e o credito fundiário, temos sido um interlocutor entre o homem do campo e o Governo do Estado. Estamos sempre discutindo a pauta de reivindicações deles aqui no Iteral”, diz. Como efeito dessa construção, Jaime Silva aponta a diminuição de ocupações de prédios públicos e fechamento de rodovias pelos movimentos sociais do campo. “Muita gente não vê, mas as mobilizações que existiam diminuíram. Esse diálogo que mantemos é fundamental. Hoje, o agricultor tem certeza que plantando terá o apoio do Iteral”, comenta o diretor-presidente do Iteral. INCRA Jaime Silva também explicou as diferenças do Iteral com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo ele, a metodologia é a principal delas. “Nossa reforma é diferente. O Governo Federal repassa o recurso, o Iteral identifica a propriedade, a compra e repassa ao agricultor. Ele tem três anos de carência e 20 para pagar. Ele passa a ser dono da sua terra depois de quitar o débito. O Iteral é identifica e qualifica o agricultor para ele ser assentado”, explica.   Assista à entrevista na íntegra: https://youtu.be/MvetK9scBVM