Política

MPF investiga Cristiane Brasil por associação ao tráfico

Por Veja 03/02/2018 08h52
MPF investiga Cristiane Brasil por associação ao tráfico
Reprodução - Foto: Assessoria
Reportagem do site da revista Veja publicada neste sábado (3) revela que  a deputada federal (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson que foi nomeada por Michel Temer para o Ministério do Trabalho, mas teve a posse suspensa por denúncia de trabalho escravo, é alvo de um inquérito que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010. A investigação foi enviada nesta sexta-feira à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, já que Cristiane possui foro privilegiado. A investigação teve início na Polícia Civil, que recebeu denúncias por e-mail, encaminhadas à ouvidoria da corporação. Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o inquérito apura ainda se o deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da parlamentar, e três assessores dela na época, também estão envolvidos no caso. Eles são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro pobre da zona norte carioca e uma das bases eleitorais da deputada. À época, a filha de Roberto Jefferson comandava uma secretaria municipal na gestão Eduardo Paes (MDB) e estava licenciada do cargo de vereadora, mas apoiava a candidatura de Vinicius, então seu cunhado, à reeleição. Ambos negam as acusações. Cristiane se candidatou e foi eleita deputada em 2014. De acordo com as denúncias, assessores de Cristiane Brasil pagaram a traficantes para ter o “direito exclusivo” de fazer campanha eleitoral na região. Também é investigado se líderes comunitários foram coagidos pelos criminosos a fazer campanha. Nas denúncias, há referências a “Zezito”, apontado como chefe do tráfico das comunidades Vila Primavera, Parque Silva Vale e JJ Cowsert, localizadas no bairro de Cavalcanti. Segundo um dos denunciantes, os traficantes chegaram ao “absurdo de levar as presidentes das associações do bairro para conversar com o chefão do morro porque elas não queriam trabalhar para a vereadora (Cristiane)”. “A intenção dele (assessor) era que o chefão mandasse dar uma surra nelas e as obrigasse a trabalhar para a vereadora ou, em caso de recusa, até mesmo as matasse”.