Política

Foragido, filho de Neguinho Boiadeiro dá sua versão dos fatos em vídeo

José Márcio, o Baixinho Boiadeiro, acusou a família Dantas da morte de seu pai

Por Texto: Carlos Victor Costa com Tribuna Hoje 02/02/2018 16h52
Foragido, filho de Neguinho Boiadeiro dá sua versão dos fatos em vídeo
Reprodução - Foto: Assessoria

Através de um vídeo amador publicado no YouTube, José Márcio Cavalcante de Melo, o Baixinho Boiadeiro, que está foragido da Justiça desde novembro do ano passado por, segundo a Polícia Civil, ter atirado contra o agropecuarista José Emílio Dantas, na cidade de Batalha, resolveu dar sua versão sobre essa acusação.

Além disso, Baixinho acusou a família Dantas de ter sido a responsável pelo assassinato de seu pai, Neguinho Boiadeiro, que foi executado em frente à Câmara de Vereadores, no dia 9 de novembro do ano passado.

“Os pistoleiros foram contratados por Paulo, Marina, Theobaldo (irmão de Marina) e Hermes (secretário de Transportes de Batalha). R$ 200 mil era a cabeça do meu pai. Deram 100 mil de entrada. Um revólver calibre 357, uma metralhadora, fuzil e um Astra (automóvel). Esses pistoleiros foram encaminhados para Batalha por eles, dizendo que meu pai era bandido e fizeram o maior alvoroço da índole do meu pai. E esses pistoleiros passaram 15 dias em Batalha levantando a vida do meu pai para matá-lo e todas as vezes que iriam matar meu pai ele estava acompanhado da minha mãe que sempre esteve com ele”, relata Baixinho.

No vídeo, ele  acrescenta ainda que a causa da morte de seu pai, como também  a do vereador Tony Pretinho, assassinado praticamente um mês depois, foi devido a uma documentação que Neguinho tinha em mãos, que segundo Baixinho comprometeria o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Dantas (PMDB),  como também a prefeita de Batalha, Marina Dantas (PMDB), que é casada com Paulo Dantas, ex-prefeito do município e filho do parlamentar estadual.

Baixinho apresenta uma lista de supostos “laranjas” da Assembleia Legislativa (ALE). Na qual consta que 17 pessoas recebiam de R$ 12 mil a R$ 17 mil em suas contas, mas sacavam apenas R$ 300 e que o restante ficaria com Luiz Dantas e Marina Dantas, pois haveria um vinculo entre as contas da ALE e da prefeitura de Batalha.

“Essa acusação pode gerar a cassação do Luiz Dantas, o filho não ganharia para deputado (Paulo Dantas é pré-candidato a deputado estadual) e a prefeita cairia”.

Em um dos trechos da gravação, o filho de Neguinho Boiadeiro, lembra também da operação da polícia que invadiu a casa de sua avó, em Arapiraca. Um dia após a operação, a irmã de Baixinho, Bahia Boiadeiro em entrevista para a reportagem da Tribuna Independente, afirmou que a intenção da polícia era de procurar Baixinho Boiadeiro.

Sobre a acusação de que atirou contra José Emílio Dantas, Baixinho disse que apenas reagiu. Ele fala que estava a caminho do hospital para ver o pai, quando encontrou José Emilio na porta de casa armado e rindo. Então decidiu descer do carro para tirar satisfações, sendo recebido a balas por Emilio.

“Não é como esse rapaz diz por aí. Vinha sentido o hospital quando eu ia passando em frente a casa dele, ele estava com a pistola na mão e riu para mim. Eu olhei transtornado, desci do carro em direção a ele e ele atirou não sei se em direção a mim, só sei que ele deu três tiros. E dai atirei nele entrei no carro e fui embora”.

 Num outro momento, Baixinho diz que está a disposição da juíza de Batalha, mas com a condição de que ela revogue sua prisão, para que ele possa se defender em liberdade, com proteção e junto da família. O filho de Neguinho acrescenta ainda que vai protocolar os documentos que tem contra o presidente da ALE, Luiz Dantas, nos Ministérios Públicos Estadual e Federal.

 “Meu pai solicitou uma vez o extrato da conta da prefeitura e o extrato que ele recebeu foi uma carga de tiros na porta da Câmara. Vou mandar fotos e detalhes com nomes das pessoas e protocolar esse pedido ao MP, ao Dr. Alfredo (Procurador-geral de Justiça do MPE) que é um homem sério e que conheceu meu pai através do delegado de Batalha Dr. Romulo”.

A reportagem do Tribuna Hoje tentou contato com o deputado Luiz Dantas por telefone e através do WhatsApp, mas não obteve retorno. Além também de tentar ouvir a prefeita de Batalha, Marina Dantas e seu marido, Paulo Dantas. Sem êxito até o fechamento da edição.

Confira o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xzJXUlteMAM