Política

Michel Temer diz que governo será 'cabo eleitoral substancioso' em 2018

Temer disse não acreditar que eventual candidatura de Meirelles possa atrapalhar aprovação de reformas pelo Congresso

Por Reuters 23/12/2017 01h21
Michel Temer diz que governo será 'cabo eleitoral substancioso' em 2018
Reprodução - Foto: Assessoria
O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira que o governo será um cabo eleitoral “substancioso” na sua sucessão ao Palácio do Planalto e, mesmo instado em encontro com jornalistas, não quis se comprometer de antemão com a eventual candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao cargo.

Temer disse não acreditar que uma eventual candidatura de Meirelles possa atrapalhar a aprovação de reformas pelo Congresso Nacional, como as mudanças previdenciárias.

Na conversa com jornalistas, em tom descontraído, o presidente chegou a perguntar ao ministro da Fazenda, presente ao encontro, se ele era candidato. Meirelles esquivou-se novamente, dizendo que só vai decidir isso em março.

Novamente, o presidente repetiu que não é candidato à reeleição, mas sim a fazer um “bom governo”. Ele avaliou que a disputa presidencial deverá contar com candidatos “mais extremados” e um nome de centro, que em sua opinião, poderá agradar às pessoas que querem resultados.

“Os que se extremarem, tenho a impressão de que terão dificuldades”, disse. “Eu preferia que fosse alguém comprometido com essa política de resultados”, completou.

Para Temer, o horário eleitoral de televisão -em uma disputa presidencial que não contará com o financiamento privado- será “importantíssimo” para os candidatos.

O presidente reconheceu que as denúncias de corrupção que envolveram-no prejudicaram “muito” o governo e contribuíram para a queda da sua popularidade. Mas fez questão de ressaltar que, ao longo do tempo, todos os detratores foram desmascarados. “Aqueles que nos acusam ou estão presos ou estão desmoralizados”, disse.

O chefe do Executivo criticou indiretamente o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e os executivos da J&F, atribuindo a queda de sua boa avaliação à “irresponsabilidade” de setores da iniciativa privada e de uma figura do setor público. LULA

Na entrevista, Temer também fez a avaliação de que, se o candidato à Presidência for contra a reforma da Previdência, não terá o apoio nem do governo, nem da população, e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o único candidato até agora a se opor à reforma.

O presidente, contudo, evitou fazer previsões sobre o possibilidade de Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o pleito do ano que vem, ser candidato. O ex-presidente pode ser impedido de disputar a eleição caso seja condenado em segunda instância em um processo ligado à operação Lava Jato.

“Não me atreveria a dar uma solução jurisdicional”, disse Temer, advogado constitucionalista, sobre Lula.