Política

Para Temer, governos não tinham 'coragem' e 'ousadia' para lutar por reformas

Temer disse ainda que mudanças consideradas necessárias não eram feitas em função da existência do que chamou “vício eleitoral”

Por Agência Brasil 21/12/2017 01h50
Para Temer, governos não tinham 'coragem' e 'ousadia' para lutar por reformas
Reprodução - Foto: Assessoria
Durante cerimônia de homologação da Base Nacional Comum Curricular, na tarde desta quarta (20), no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que os governos anteriores não tinham “coragem” e “ousadia” de tomar medidas que, segundo ele, eram necessárias há anos. O presidente citou a reforma do ensino médio, sancionada por ele em fevereiro, como um dos exemplos. “Eu fico impressionado como, neste ano e meio de governo, nós desenterramos tantas coisas que estavam paralisadas. [Coisas] sobre as quais os governos não tinham nenhuma coragem, não tinham ousadia de praticar o ato. Não vou relacionar aqui tudo aquilo que foi feito, mas me cinjo à reforma do ensino médio”, disse. Vício eleitoral Temer disse ainda que as mudanças consideradas necessárias não eram feitas em função da existência do que chamou “vício eleitoral”. “As pessoas tinham medo de tocar em certos temas que gerassem qualquer espécie de controvérsia. Então, no afã de agradar a todos e não desagradar ninguém, se fazia um processo de natureza eleitoral e não de natureza político-institucional-administrativa. Esta é a grande realidade”. Frequentemente, o presidente dá declarações com a intenção de apresentar seu governo como uma espécie de desarquivador de temas delicados, porém importantes. Como exemplo, ele cita a reforma do ensino médio, a reforma trabalhista e, agora, a Base Nacional Comum Curricular. E não faz isso à toa, uma vez que pretende aprovar a reforma da Previdência e não tem poupado esforços para isso. A reforma da Previdência é considerada um tema impopular no Congresso, uma vez que implica o aumento da idade mínima para aposentadoria. Um fator que agrava essa impopularidade é a sua votação marcada para um ano eleitoral. O governo, no entanto, acredita que terá votos em fevereiro, quando a matéria será votada. Em discurso recente, Temer chegou a pedir coragem aos deputados para a votação da reforma.