Política

PT discute nesta terça-feira se inicia negociação com Renan Filho

Partido quer composição de campo político amplo para 2018 em apoio a Lula

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 31/10/2017 07h34
PT discute nesta terça-feira se inicia negociação com Renan Filho
Reprodução - Foto: Assessoria

Voltar à base de Renan Filho (PMDB) no Governo do Estado ou seguir rompido e tentar construir candidaturas próprias e palanque para a eventual candidatura de Lula à Presidência da República em 2018 sozinho. É mais ou menos esse o dilema que o PT em Alagoas tenta responder hoje, ou ao menos sua direção executiva.

Os dirigentes petistas discutem hoje se autorizam membros do partido a iniciar oficialmente discussões com o governador para que a legenda retorne à base de apoio do peemedebista, tendo nesse bolo a disputa eleitoral do próximo ano.

“Tem muita coisa mal dita na imprensa. O PT ainda não fechou com o governo. Aliás, o PT sequer conversou com o governador sobre voltar ou não para sua base. Não há nomes nem espaços definidos em nada. O que a executiva do partido vai discutir amanhã [terça-feira, 31] é se autoriza ou não negociações nesse sentido”, explica Ricardo Barbosa, presidente estadual do partido.

Ainda segundo ele, o PT quer compor um campo amplo, com foco em programas e no apoio à candidatura de Lula em 2018, além de combater “os retrocessos do golpe”, afirma Ricardo Barbosa em referência ao impeachment de Dilma Rousseff.

“E com a mudança de posição do senador Renan Calheiros [PMDB] sobre esse e outros temas, além do avanço de setores que flertam com o fascismo, é preciso que o PT amplie seu arco de alianças, não somente, mas com vistas a 2018”, argumenta.

Questionado se a discussão sobre iniciar ou não negociações sobre a composição com o governador Renan Filho se dará apenas na direção executiva do partido, Ricardo Barbosa afirma que sim “porque a decisão de sair se deu apenas na executiva também. Esse tema tem sido tratado nessa instância”.

Grupo petista divulga texto contra aliança

Um grupo de cerca de 100 pessoas divulgou nesta segunda-feira (30) um documento criticando a recomposição do PT com o governador Renan Filho.

“Para nós, além de ser uma posição completamente contraditória àquela aprovada no 6° Congresso Nacional do PT [nossa instância máxima], a qual rechaçou alianças eleitorais com golpistas, as atitudes concretas do governo Renan Filho contra a base social que o PT pretende representar [trabalhadores do campo e da cidade; movimentos sociais e populares], o desmonte dos serviços públicos e da Casal, o genocídio contra a juventude da periferia, estão aí a indicar que um eventual retorno do PT ao governo Renan só trará prejuízos ao processo de reconstrução de nosso partido e o afastará de suas bases sociais”, diz um trecho do documento.

Entre os assinantes está a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Alagoas, Rilda Alves.

Para Ricardo Barbosa, o documento é contrário à estratégia política adotada pelo PT “para combater os retrocessos do golpe, o avanço de uma direita que dialoga com o fascismo e compor palanques do peso que a candidatura de Lula exige”. Segundo ele, que assina esse documento “não quer Lula candidato em 2018”.

Quem também criticou o texto foi Joaquim Brito, no Facebook. Ele foi secretário de Renan Filho na Assistência Social e no Trabalho e Emprego e, segundo informações de bastidores, o nome petista para voltar ao secretariado, caso isso se concretize.

“Quem decidiu sobre a entrada do PT no governo Renan Filho e pela saída foi a executiva. [...] Ser contra aliança, querer o isolamento, é não defender apoios, palanque, estrutura para Lula. Ou não acreditam na candidatura dele?”, escreveu.