Pela primeira vez o governador Renan Filho (PMDB) falou sobre a volta do PDT à base do governo. Durante entrevista coletiva realizada na última sexta-feira (29), o peemedebista elogiou o deputado federal Ronaldo Lessa, presidente da legenda trabalhista no estado e ressaltou a proximidade entre os dois.

O PDT compunha a base do governo Renan Filho no início do mandato.

“Fico muito feliz com o PDT vindo reforçar o governo e que ele fique mais próximo, que valorize mais o cidadão, o servidor público e que tenha força em Brasília, já que o Ronaldo é coordenador da bancada federal”, pontuou o governador.

À reportagem da Tribuna Independente, Ronaldo Lessa afirmou que ainda não houve conversa entre ele e o governador Renan Filho sobre qual secretaria os trabalhistas ocuparão, nem quando será a formalização da recomposição da aliança entre eles.

Desde as eleições municipais de 2016, o PDT compõe a base de apoio do prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB), ocupando duas secretarias.

O prefeito de Maceió pode ser o principal adversário à reeleição de Renan Filho em 2018.

Ao todo, o governador Renan Filho conta mais de dez partidos em sua base de apoio: PCdoB, PMB, PSD, PRB, PRP, PTB, PSC, PTdoB, PHS, PV e, o mais recente, PPS. Alguns deles passaram a compor este grupo só após as eleições municipais de 2016.

Até algum tempo atrás o partido negava essa possibilidade. Porém, o cenário nacional deve ter pesado na mudança de posicionamento, já que o PSDB de Rui Palmeira deverá ter candidato à Presidência da República sendo adversário de Ciro Gomes, candidato dos trabalhistas.

Partido ainda não fala sobre aliança em 2018

Mesmo retornando à base de apoio de Renan Filho, o PDT não está fechado com a reeleição. Pelo menos foi o que garantiu Ronaldo Lessa à reportagem da Tribuna Independente na edição da última terça-feira (26).

No início da gestão do peemedebista, o PDT comandou a secretaria de Trabalho e Emprego.

“Se eles fizerem uma proposta de participação, que a gente entende que pode contribuir com o governo, que é bom para o PDT e bom para Alagoas. A gente aceita participar do governo. Agora vamos ouvir primeiro. Fomos autorizados a começar a discutir, não tenho nada concreto, nenhuma proposta em mãos”, afirmou Ronaldo Lessa.

O não fechamento de aliança eleitoral para o próximo se deve, segundo explicou o deputado federal, à vontade de Carlos Lupi – presidente nacional do PDT – de que o partido tenha candidato ao Governo do Estado.

Segundo Ronaldo Lessa, sua preferência é de buscar a reeleição para a Câmara dos Deputados.

“A nacional me autoriza a participar dos dois governos (Renan e Rui), mas não me autoriza para que eu já feche agora compromisso para 2018”, completou.

Questionado sobre a possibilidade de deixar a base de apoio a Rui Palmeira, Ronaldo Lessa disse não ver problemas em pertencer aos dois grupos.

“Como coordenador [da bancada federal] tenho trabalhado para os dois. Eu saí do governo do Renan e não bati nele. Pelo contrário, tenho lutado pelos hospitais, por tudo. Se o Rui achar que isso não deve acontecer, pode tirar. O Renan tirou da outra vez, mas eu já tinha decidido que ia votar no Rui. Agora a gente ainda não decidiu isso”, comentou.