Política
"PMDB terá candidato próprio em 2018, mas ainda analisa novos nomes para vaga"
Doria trava disputa interna com seu padrinho político, Geraldo Alckmin, pela chance de disputar a Presidência pelo PSDB
O PMDB terá um candidato próprio à Presidência em 2018, mas ainda analisará novos nomes que possam ocupar a vaga, disse nessa quarta-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Mais cedo, o atual presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), havia afirmado, na cerimônia de filiação do senador Fernando Bezerra Coelho (PE), e de seu filho, o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, que o partido procurava novos nomes fortes para se fortalecer nos Estados em 2018 e ter candidato apenas em 2022.
Padilha, no entanto, diz que o partido tem que pensar já em 2018.
“Temos que pensar em 18. Há um maná absolutamente disponível de candidaturas”, afirmou. “O partido tem a maior estrutura política partidária de todos os partidos. O PMDB existe em todos os municípios, então o PMDB, em tese, é aquele que tem mais condições de lançar um candidato a presidente.”
Padilha não fala em nomes, mas dá a entender que o partido procura uma cara nova para representá-lo em 2018. Cita os eleitos nos Estados Unidos, Donald Trump, e na França, Emmanuel Macron, para justificar que a população está atrás de alternativas aos políticos tradicionais.
“Temos que ver essa questão de nomes. Estamos vendo que estes nomes, eles normalmente não vêm de nomes tradicionais e estamos buscando dar mais musculatura ao partido este ano, estamos trabalhando para mostrar que estamos buscando gente nova para o partido”, disse.
Padilha reforça a ideia de que o candidato peemedebista não será um dos quadros tradicionais do partido ao afirmar que apenas no início de 2018 o PMDB poderá tratar em definitivo da candidatura própria.
“Depende do andamento, primeiro das filiações que tivermos. Segundo, do que formos vendo no quadro político eleitoral que ainda está distante. Mas eu penso que é coisa para o início do ano que vem podermos começar a falar sobre isso”, afirmou.
Um desse “novos nomes” nos quais o PMDB está de olho é o prefeito de São Paulo, o tucano João Doria. Peemedebistas confirmam o partido já deixou claro a Doria que ele teria espaço na sigla para disputar a Presidência.
Doria trava já uma disputa interna com seu padrinho político, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pela chance de disputar a Presidência pelo PSDB em 2018.
Na semana passada, em entrevista o jornal Estado de S. Paulo, Doria disse que, embora pretenda continuar no PSDB, pode deixar o partido se “circunstâncias internas” o impedirem de ficar. E defendeu que as pesquisas eleitorais devem ser determinantes na escolha de uma possível candidatura tucana.
Na última pesquisa Datafolha, de junho deste ano, tanto Doria quanto Alckmin aparecem em quarto lugar. O primeiro, com 10 por cento das intenções de voto. O segundo, com 8 por cento.
COLIGAÇÕESPadilha não descartou a possibilidade do PMDB, mais uma vez, fazer uma coligação para ter o candidato a vice em outra chapa, apesar de reforçar a ideia de que a primeira tentativa do partido será de ter candidato próprio.
“PMDB não pode ter a pretensão de tentar dizer que não vai fazer nenhuma composição. A composição pode ser do PMDB ter um candidato a presidente ou de apoiar o candidato de um outro partido. Essa não é uma questão fechada”, disse Padilha.
“O importante é que o PMDB, pela sua estrutura, o PMDB estará sentado na mesa na hora de decidir quem será o presidente.”
O PMDB apresentou um candidato pela última vez em 1994, com Orestes Quércia. Em 2002, esteve na chapa de José Serra (PMDB) com Rita Camata como vice. Depois disso, Temer foi o vice de Dilma Rousseff (PT) em 2010 e 2014. Nas demais eleições, o partido não fez parte da chapa inicial, mas aderiu depois ao governo vencedor.
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