Política

Renan Filho rebate reportagem de TV sobre saúde em Alagoas

Governador afirma que não há desabastecimento generalizado que prejudique o Hospital Geral do Estado

Por Tribuna Independente 29/08/2017 07h43
Renan Filho rebate reportagem de TV sobre saúde em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria

O governador Renan Filho (PMDB) rebateu a reportagem exibida no domingo (27) no programa Fantástico, da Rede Globo, sobre a situação do Hospital Geral do Estado (HGE), relacionado com a operação da Polícia Federal (PF) do início deste mês que apura suposto esquema de fraude nas compras da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (29), ele afirmou apoiar a investigação da PF e que o HGE possui condições de atendimento.

“O governo tá acompanhando e tá apoiando a investigação, mas no HGE não tem desabastecimento que impeça o atendimento das pessoas. O HGE bate recordes de atendimento, por exemplo, nesse ano, nos primeiros seis meses, já atendeu bem mais gente que o primeiro semestre do ano passado; em 2016 mais do que 2015; e 2015 mais que 2014. Se atende mais gente não há desabastecimento generalizado”, argumenta.

Ainda de acordo com Renan Filho, os itens apontados na reportagem de tevê como sendo gastos desnecessários que poderiam ser usados para aquisição de medicamentos não representam quase nada do investimento em saúde no estado. Segundo o que foi veiculado na tevê, foram gastos R$ 29 mil com persianas para gabinetes da Sesau.

“Esses R$ 29 mil da persiana não representam 0,1% da despesa. Um equipamento da magnitude do HGE, que mais atende em Alagoas, compra milhares de itens mensalmente e, uma vez ou outra, pode faltar alguma coisa, mas isso não impede o atendimento”, enfatiza o governador.

INVESTIGAÇÃO

A PF, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), realizou no último dia 8 de agosto a operação Correlatos, cujo objetivo é apurar supostas fraudes em compras realizadas pela Sesau.

Segundo as investigações, compras estariam sendo fracionadas para ficarem abaixo de R$ 8 mil, limite para dispensa de licitação, e as empresas vendedoras de produtos à Secretaria seriam sempre as mesmas. Na operação, forma cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 27 de condução coercitiva, um deles contra a ex-titular da pasta e reitora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Rozangela Wyszomirska.

De acordo com a PF e a CGU, teriam sido fraudados R$ 237 milhões com as compras fracionadas.

Na tarde do mesmo dia da operação, Rozangela Wyszomirska, convocou a imprensa para negar seu envolvimento no suposto esquema. Em declaração, ela afirmou que “Não cometi nenhum ato vergonhoso, nunca participei de reunião, de grupos, de agrupamentos para discutir ou negociar propina, beneficiamento de qualquer tipo, para minha pessoa, minha família ou para as pessoas com quem trabalho”.

O valor de R$ 237 milhões corresponde a seis anos de compras fracionadas, de 2010 a 2016. Nesse período, a Sesau realizou aproximadamente 30 mil compras sem licitação, com valores de até R$ 8 mil.

Do montante total suspeito de ter sido usado no esquema, R$ 172.729.294,03 foram custeados exclusivamente pela Sesau. O restante foram recursos do Sistema Único de Saúde.