Política
Ex-presidente Lula defende manutenção de conquistas
Lula também rechaçou as privatizações anunciadas pelo governo Temer
Para uma plateia heterogênea etnicamente, com brancos, negros, pardos, e indígenas, Lula defendeu os feitos de sua passagem pela Presidência da República, os quais afirmou estarem sendo destruídos pelo governo Michel Temer (PMDB).
“Estou fazendo essa caravana porque depois do fizemos, das conquistas aos mais pobres como água para beber, emprego e os diversos programas que implantamos, eles estão acabando com tudo. Estão acabando com a farmácia popular, com a indústria naval, querem entregar o pré-sal e destruir nossas indústrias para trazer estrangeiros para cá. Se a gente comprar tudo de fora, quem vai gerar emprego aqui?”, discursa Lula para uma plateia empolgada.
O cenário visto dos fundos do espaço do Clube Fênix parecia um espetáculo musical por causa dos telefones celulares cujos donos queriam captar imagens daquele momento, além de muitos disputarem cada palmo de chão para ficar junto ao palco.
Segundo Lula, sob o pretexto de combater a corrupção, “eles” estão destruindo a capacidade industrial do país. “Não precisa destruir indústria para fazer isso”. O petista também alfinetou o governo Temer.
“Se esse governo não sabe recuperar a economia peça um conselho a nós porque nós sabemos como fazer”.
O ex-presidente também garantiu querer manter uma das características de sua passagem pela Presidência da República: a amplitude. “Eu quero conversar com os partidos, com os trabalhadores, com empresários, com a comunidade quilombola, com os LGBT’s [Lésbicas, Gay, Bissexuais e Transgêneros], para provar que esse país só tem conserto se o povo participar da política”, afirma.
ESPERANÇA POPULAR
Para o presidente estadual do PT, Ricardo Barbosa, a passagem de Lula em Alagoas cumpriu todas as expectativas e mostrou que o povo quer, segundo ele, “ter de volta a esperança”.
“Essa caravana não é um ato eleitoral, e sim político-institucional. Isso no sentido de que, de forma ampla, ouvir o povo e os setores contrários às reformas de Michel Temer. Não é um ato eleitoral porque nós nem sabemos se Lula será candidato, se vão deixa-lo ser candidato”, diz Ricardo Barbosa.
Para ele, as tentativas de impedir que Lula recebesse títulos Honoris Causa é “pequenez”.
“Tentar impedir um operário de ganhar um título de uma universidade é de uma pequenez enorme, mas como o próprio Lula já disse, o grande título de doutor dele são os jovens com mais acesso ao ensino superior”, comenta o presidente estadual do PT em Alagoas.
No ato de Maceió, nem o senador Renan Calheiros nem o governador Renan Filho, ambos do PMDB, estiveram presentes. Sua presença nos atos de Penedo e de Arapiraca gerou desconforto e críticas em muitos simpatizantes de Lula e do PT. Para Ricardo Barbosa não há problema algum na presença dos Calheiros nos palanques da caravana de Lula no estado. “Lula quer discutir o Brasil pós-golpe e para isso é preciso que todos que sejam contra a agenda deste governo ilegítimo estejam do nosso lado”.
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