Política

Deputados estaduais alagoanos apoiam "distritão" como modelo eleitoral

Parlamentares são favoráveis à mudança em debate na Câmara Federal

Por Tribuna Independente 17/08/2017 11h07
Deputados estaduais alagoanos apoiam 'distritão' como modelo eleitoral
Reprodução - Foto: Assessoria

Aprovada na Comissão Especial da Câmara Federal, a proposta de emenda constitucional (PEC) que cria um fundo público eleitoral de R$ 3,6 bilhões de reais e institui a figura do “distritão” para a eleição de 2018 e muda radicalmente a forma de eleger deputados. Se aprovado, a votação proporcional acaba e serão eleitos os deputados mais votados de cada Estado, como numa eleição para o Executivo. O tema foi repercutido pela Tribuna Independente na Assembleia Legislativa do Estado (ALE).

Dentre os parlamentares ouvidos pela reportagem, houve unanimidade na aceitação do chamado distritão. De acordo com o deputado Olavo Calheiros (PMDB), o distritão corrige a injustiça com candidatos que são, na prática, os mais votados e não acabam ocupando a vaga por conta do quociente eleitoral e das coligações propostas.

“Acho que é muito mais justo. Alagoas tem 27 deputados e o certo é que se elejam os 27 mais votados do que você eleger deputado de proveta que pega carona na votação dos outros. O distritão ainda que não seja a melhor solução. É uma solução viável para o momento”, argumentou.

O deputado Bruno Toledo (Pros) também mostra-se favorável à aprovação da nova fórmula de disputa eleitoral. “Em relação ao distritão penso que a representatividade torna- se mais eficaz. As pessoas se sentem mais representadas por aqueles que foram mais votados”, declara.

Para o deputado pepista, Chico Holanda (PP) a aprovação do distritão ajudará políticos como ele que acabou sendo prejudicado por conta das coligações. Ele conseguiu obter uma expressa votação em 2014, mas viu outro candidato que teve menos votos entrar em seu lugar.

“É importante porque prova que os mais votados terão acesso ao poder. Porque do jeito que estava com essas coligações não tinha condições de galgar um lugar. Eu mesmo fui vítima disso. Fui um dos mais votados e não assumi a Assembleia”.

Segundo o vice-presidente da ALE, Francisco Tenório (PMN) a fórmula atual para escolher os eleitos é um quociente eleitoral complicado. “No chamado distritão hoje você tem o direito de escolher o deputado que você quer ver eleito, se elegem os mais votados”, ressalta Tenório.

A deputada Jó Pereira (PMDB) acredita que há uma complexidade no processo político e por isso é favorável ao distritão. “Acho que os mais votados é a melhor maneira de representar efetivamente a população, principalmente a nossa sociedade alagoana que não entende até hoje o porque do mais votado não entrar e o menos votado assumir uma vaga. Acho que o processo político já mostrou que o povo brasileiro não entende o significado do partido político” defende Pereira.

Já o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) lembrou que o distritão vai acabar com os “cientistas matemáticos”, que são na verdade enxadristas dentro da campanha eleitoral. “Acredito que num processo democrático aquele que representar mais pessoas, realmente ele é quem deve ocupar esses espaços. Infelizmente a questão partidária  é decidida por questões matemáticas. Alguns cientistas matemáticos montam partidos buscando pessoas com quantidade de votos”, diz.