Um pedido de afastamento da reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e ex-secretária de Estado da Saúde (Sesau), Rozângela Wyszomirska, da função que exerce no Conselho Estadual de Saúde (CES) foi protocolado nesta quinta-feira (10) no órgão. A solicitação foi feita por Tony Cloves, também membro do colegiado.

À Tribuna Independente, Cloves explicou o motivo do pedido, informando ainda que já havia solicitado o afastamento da ex-secretária do cargo de conselheira em outra ocasião.

À época, Wyszomirska se dirigiu espontaneamente à sede da Polícia Federal, para falar sobre a Operação Sucupira, na qual cinco professores do Profiap da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) receberam um montante de R$ 108 mil da Secretaria da Saúde do Estado de Alagoas (Sesau), para facilitar a entrada e progressão de ao menos cinco gestores de quatro órgãos do Governo de Alagoas no disputado curso de mestrado da Universidade.

“Eu já tinha entrado quando ela foi em outra vez depor sobre a questão do escândalo do mestrado da Ufal. Estou pedindo o afastamento dela porque as denúncias são sérias. Ela faz parte da Comissão de Orçamento que julga todos esses recursos que estão sob investigação. Então, ela permanecendo como conselheira vai estar legislando em causa própria”, explicou Tony.

Cloves acrescentou ainda que o pedido foi acatado no pleno do Conselho e encaminhado à Comissão de Legislação e Normas, onde Rozângela será julgada, podendo ser afastada do cargo do Conselho.

PARECER

O coordenador da Comissão de Legislação e Normas, José Wilton da Silva confirmou que o requerimento está sob sua responsabilidade. Ele explicou ainda que o parecer deve ser dado num prazo de 30 dias.

“Será encaminhado para comissão na segunda-feira [14] e temos um prazo de 30 dias para emitir um parecer, construir o parecer e passar para a Mesa Diretora do Conselho Estadual de Saúde a decisão de afastamento ou não”, disse.

Procurada pela reportagem da Tribuna Independente, a ex-secretária de Saúde disse que não estava sabendo do pedido de afastamento e preferiu não comentar sobre o assunto. “Estou sabendo agora disso. Prefiro não falar”.

CORRELATOS

A investigação da operação teve como alvo um suposto esquema de fraudes em licitações na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), realizado através da contratação de empresas por dispensas indevidas de licitação, fundadas no valor ou em situações emergenciais.

Uma das investigadas foi justamente a ex-secretária e atual reitora da Uncisal, Rozângela Wyszomirska.

A reitora realizou coletiva à imprensa na terça-feira (8) para falar sobre a operação. Sem responder a perguntas, Rozângela afirmou que nunca participou de grupos ou reuniões para discutir propina ou qualquer tipo de benefício para ela ou para seus familiares.

Ela disse ainda que não cometeu nenhuma irregularidade e que estar à disposição da Polícia Federal e das demais autoridades para esclarecimentos.a