Política
Temer receberá 11 deputados na véspera de voto
Presidente receberá no Planalto parlamentares de oito diferentes partidos da base; Na tarde desta terça (1º), Câmara deve ler em plenário relatório da CCJ que recomenda arquivamento da acusação
Na véspera da provável votação da denúncia de corrupção na Câmara, o entra e sai de deputados federais no Palácio do Planalto será intenso. Somente nesta terça-feira (1º), o presidente Michel Temer deve receber em seu gabinete, em meio à intensa agenda política, 11 parlamentares (veja mais abaixo a agenda do presidente).
A romaria de deputados na sede do Executivo federal começou às 10h30. Em meio às conversas com parlamentares, Temer irá entremear audiências com ministros. De acordo com a agenda presidencial, o último compromisso com deputados terá início às 19h30.
Após duas semanas de férias, os deputados federais retornam nesta terça ao trabalho. Se houver, ao menos, 51 parlamentares no plenário na sessão desta tarde, será feita a leitura do parecer aprovado, em 13 de julho, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de autoria do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomenda a rejeição da denúncia de corrupção passiva apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A leitura do parecer da CCJ é requisito para que o relatório vá à votação no plenário da Câmara nesta quarta (2). A análise da acusação foi agendada antes do recesso, mas para que a denúncia seja votada é preciso que haja em plenário um quórum de, pelo menos, 342 deputados.
Corpo a corpo
Essa não é a primeira vez que Michel Temer faz uma maratona de audiências com deputados para tentar angariar votos para barrar a acusação da Procuradoria Geral da República (PGR).
No mês passado – nos dias que antecederam a votação da denúncia na CCJ da Câmara – Temer liberou bilhões de reais em emendas parlamentares, distribuiu cargos a aliados e também fez corpo a corpo com deputados governistas para convencê-los a continuar apoiando o governo.
Uma das maratonas políticas mais intensas ocorreu em 3 de julho. Na ocasião, o presidente da República recebeu 16 deputados em um mesmo dia no Planalto, entre os quais seis integrantes da CCJ.
Depois de obter uma vitória na comissão ao custo de emendas, cargos e trocas de deputados na CCJ, o governo passou o período do recesso mapeando deputados governistas que estão indecisos ou que já sinalizaram que vão votar a favor da abertura de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).
No último domingo (30), o presidente também reuniu a base aliada para discutir as estratégias para barrar o prosseguimento da denúncia.Uma tática do Planalto é que ministros que tenham mandato na Câmara dos Deputados devem retomar as cadeiras para votar a favor de Temer.
Agenda do presidente
10h30: Deputado José Reinaldo (PSB-MA) 11h: Deputado Laudívio Carvalho (SD-MG) 11h30: Deputado Silas Câmara (PRB-AM) 12h: Deputado Daniel Vilela (PMDB-GO) 16h: Deputado Augusto Coutinho (SD-PE) 16h30: Deputados Átila Lins (PSD-AM), Alfredo Nascimento (PR-AM) e Sabino Castelo Branco (PTB-AM) 17h: Deputado Jaime Martins (PSD-MG) 19h: Deputado Marco Tebaldi (PSDB-SC) 19h30: Deputado Paulo Feijó (PR-RJ)Denúncia
As acusações do Ministério Público contra Temer têm como base a delação premiada dos executivos da J&F, controladora da JBS. Por se tratar do presidente da República, o Supremo Tribunal Federal (STF) só poderá analisar a denúncia se receber autorização da Câmara.
Cabe aos deputados, no plenário da Casa, a palavra final sobre autorizar ou não a continuidade do processo no Judiciário.
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