Política

Brasil pode voltar ao mapa da fome da ONU

Em setembro de 2014, segundo a FAO, índice era inferior de 2%, cerca de 3,4 milhões de pessoas

Por Brasil 247 09/07/2017 08h18
Brasil pode voltar ao mapa da fome da ONU
Reprodução - Foto: Assessoria

Em seu primeiro mandato, a presidente legítima Dilma Rousseff adotou o lema "País rico é país sem pobreza". Em 2014, último ano de seu primeiro mandato, ela havia cumprido a promessa, quando o Brasil finalmente deixou de integrar o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas.

Em setembro de 2014, a notícia foi saudada pelo próprio William Bonner, no Jornal Nacional. "O Órgão das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura citou o Brasil como um dos países que conseguiram reduzir pela metade o número de pessoas que passam fome. Vinte anos atrás, 14,8% dos brasileiros viviam na miséria. Agora, esse índice é de menos de 2%, cerca de 3,4 milhões de pessoas. Segundo a FAO, essa queda se deu por causa da eficiência dos programas de combate à fome", dizia a reportagem.

Essa conquista, no entanto, agora está ameaçada. De acordo com a manchete deste domingo do jornal O Globo, que apoiou sua deposição e troca por Michel Temer, o Brasil pode voltar a integrar esse grupo ultrajante de países.

"Três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma volta a assombrar famílias", diz a reportagem de Daiane Costa. "O alerta, endossado por especialistas ouvidos pelo GLOBO, é de relatório produzido por um grupo de mais de 40 entidades da sociedade civil, que monitora o cumprimento de um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030. O documento será entregue às Nações Unidas na semana que vem, durante a reunião do Conselho Econômico e Social, em Nova York."

"Quando o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira metade desta década, mesmo os que estavam em situação de pobreza passaram a dispor de empregos formais ou informais, o que melhorou a capacidade de acesso aos alimentos. A exclusão de famílias do Bolsa Família, iniciada ano passado, e a redução do valor investido no Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), que compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas públicas e presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o colocava como referência em todo o mundo", disse Francisco Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e consultor da ActionAid, que participaram da elaboração do relatório.

O pleno emprego, para quem não se lembra, foi obtido em 2014, no último ano do governo Dilma. Em 2015, mesmo reeleita, ela não pôde governar. Derrotado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se aliou ao então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para sabotar o País com a farsa das chamadas "pedaladas fiscais". Desde então, a economia afundou e mais de 7 milhões de brasileiros perderam seus empregos. No poder, Michel Temer aprofundou a depressão econômica e liquidou a imagem do Brasil no mundo.