Já faz mais de um mês que o presidente da República, Michel Temer (PMDB) veio a Alagoas para avaliar os estragos causados pelas chuvas que castigaram diversos municípios do estado naquela ocasião.

Maceió foi uma das cidades mais atingida, com centenas de desabrigados e desalojados, além de mortos por conta dos desabamentos.

Acompanhado de ministros e do governador Renan Filho (PMDB), Temer anunciou a liberação de recursos emergenciais, sem divulgar valores. Ele disse também que, em um segundo momento, o governo federal iria financiar obras de contenção de encostas, o que de fato até o momento não saiu do papel.

Tanto é que o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), em visita as obras de contenção do processo de erosão e de recuperação da via principal do Murilópolis, no bairro da Serraria, após fortes chuvas causar o deslizamento de uma barreira no local, disse que iria a Brasília para solicitar urgência na liberação de recursos para obras emergenciais.

Em um tom crítico, o gestor disse que o presidente veio a Maceió, prometeu ajuda, “mas que ficou só na promessa”. 

“A gente depende nesse momento para fazer essas obras mais emergenciais do apoio de recursos do governo federal que veio aqui, prometeu, mas até agora realmente ficou só na promessa. Então a gente vai lá mais uma vez, apelar nos ministérios da Integração, Cidades, Saúde, Educação e mostrar realmente que os danos causados aos equipamentos públicos foi muito grande e Maceió precisa desse apoio do governo federal”.

A ida de Rui à Brasília também será para solicitar celeridade na liberação de recursos para reparar danos em pelo menos 40 escolas municipais que foram afetadas pelas chuvas, além de recursos que viabilizem reparos em avenidas e bairros da capital e também em postos de saúde.  Como é o caso da Avenida Eraldo Lins Cavalcante, no bairro do Murilópolis que está orçada em cerca de R$ 800 mil e está sendo executada com recursos próprios. O prefeito disse que não tem como arcar com várias obras que o município está precisando fazer após as tempestades de maio e deste mês.

O gestor lembrou ainda que conversou com o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), cidade bastante atingida também pelas chuvas. Ele disse em conversa, ambos destacaram a responsabilidade do governo federal em ajudar os municípios atingidos.

De acordo com Palmeira, diversos prejuízos foram causados tanto para a população quanto para o município em escolas, postos de saúde, ruas e avenidas da cidade.

O QUE TEMER DISSE

Durante as tratativas com o Governo de Alagoas, bem como com a Prefeitura de Maceió, o presidente da República, informou que era necessário cumprir a emergência à risca dadas as condições naquele momento,

“Dois fatores se apresentam: precisamos cumprir emergência, reverter os danos. E mais adiante, são necessárias obras indispensáveis preventivas, como proteger encostas e outros eventos. E viemos prestar solidariedade aos maceioenses, que perderam quatro de seus habitantes”, disse Michel Temer.

Ministros e representantes do Governo Federal também foram enviados. Eles visitaram grotas de Maceió e municípios do interior, a exemplo de Marechal Deodoro. Houve uma reunião ainda com prefeitos na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Os gestores, embora satisfeitos com a visita dos representantes do governo, lamentaram o fato de Michel Temer não ter liberado recursos para os municípios em situação de emergência.

Em Alagoas, mais de 6.000 foram desabrigadas por conta das chuvas. Em Maceió, quatro pessoas morreram.