Política

Ao menos três deputados de AL votam contra Michel Temer

JHC, Paulão e Carimbão são favoráveis a inquérito contra presidente

Por Carlos Amaral / Tribuna Independente 01/07/2017 08h30
Ao menos três deputados de AL votam contra Michel Temer
Reprodução - Foto: Assessoria

Ao menos três deputados federais de Alagoas devem votar pelo prosseguimento do inquérito contra o presidente Michel Temer (PMDB) no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) foi realizada na última segunda-feira (26). São eles: João Henrique Caldas, conhecido como JHC, do PSB; Paulão (PT); e Givaldo Carimbão (PHS).

Estes adiantaram seus votos pelas redes sociais assim que a denúncia da PGR foi lida no plenário da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (29).

 “Assim como fiz o pedido de impeachment por acreditar que houve crime de responsabilidade e não existe governabilidade, serei a favor da abertura desse processo”, disse JHC.

Já o petista Paulão ressaltou a gravidade da denúncia da PGR contra Michel Temer.

“Quem teve oportunidade de fazer uma leitura da denúncia viu que o conteúdo é gravíssimo. E verificamos aqui alguns parlamentares fazendo o processo de relativização. Eu avalio que há chances reais de termos um sentimento do que o povo brasileiro espera, conforme pesquisas, que é a importância de haver o impeachment desse presidente que não tem legitimidade”, afirmou Paulão.

Para Givaldo Carimbão, se os parlamentares não cassarem o peemedebista estarão demonstrando falta de compromisso com a sociedade. “Cassaram a presidente Dilma por uma pedalada que não é roubo. E não cassar Temer com tantas denúncias de podridão é não ter compromisso com a sociedade. Continuo depois de 30 anos de mandato não me vendendo, em respeito a minha história e aos meus eleitores”, afirmou o parlamentar.

PEDRO VILELA

“Vou aguardar reunião e decisão do partido”

O deputado federal Pedro Vilela (PSDB) disse que vai aguardar a reunião da bancada tucana na Câmara para revelar seu voto sobre o prosseguimento de inquérito contra o presidente Michel Temer.

“Vou esperar a posição do PSDB sobre essa questão. Mas acredito que será pelo prosseguimento do inquérito porque a denúncia da PGR está bem fundamentada e seu conteúdo é muito grave”, comenta Pedro Vilela.

Hoje o PSDB é tido como fiel da balança para sustentabilidade política de Michel Temer no Congresso Nacional. A reunião da bancada tucana na Câmara dos Deputados, segundo Pedro Vilela, deve ocorrer na próxima terça-feira (4).

 “SÓ NA HORA”

Já o deputado Cícero Almeida (PMDB) não quis revelar sua posição sobre o caso. Ele disse que não mais se manifesta sobre governo federal. “Na hora de votar a população saberá meu voto”. O parlamentar também ressaltou que quem vai julgar inocência ou culpa de Michel Temer é o STF.

SEM RESPOSTA

Os deputados Arthur Lira (PP); Nivaldo Albuquerque (PRP); e Rosinha da Adefal (PTdoB) não responderam aos questionamentos da reportagem até o fechamento dessa edição. Os celulares de Ronaldo Lessa (PDT) estavam fora de área, mas deve votar favorável ao prosseguimento do inquérito, seja por suas manifestações pessoais, seja pelas manifestações de seu partido. Sempre na oposição a Michel Temer. Arthur Lira e o único alagoano na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado que vai emitir relatório sobre a denúncia da PGR. Foi noticiado nesta sexta-feira (30) que ele acompanharia o posicionamento partidário. 

 

RITO

Saída de Michel Temer pode ser em agosto

Se Michel Temer vai sair ou não da Presidência da República isso só será definido em agosto, em qualquer que seja a velocidade que os deputados darão ao trâmite de avaliação da denúncia da PGR. Com ou sem recesso parlamentar, o rito de avaliação da denúncia na Câmara segue até o mês de agosto.

A exceção seria a renúncia, mas essa hipótese já foi descartada pelo peemedebista diversas vezes desde que seu nome foi envolvido diretamente em casos de corrupção após assumir o cargo.

Ele tem até dez sessões da Câmara dos Deputados para apresentar sua defesa por escrito e quando a denúncia chegar à CCJ, esta tem cinco sessões para apresentar seu relatório.

Para que o prosseguimento do inquérito contra Michel Temer seja aprovado são necessários 342 votos favoráveis, dos 513 deputados federais.

O presidente só será afastado se ao menos seis dos onze ministros do STF acatarem a denúncia da PGR e o tornarem réu por crime de corrupção passiva. Nesse caso, Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, assume por 180 dias.

 SEM RECESSO

 Se o Congresso Nacional – Câmara e Senado – decidirem suspender o recesso parlamentar, de 14 dias, a defesa escrita de Michel Temer seria entregue até o dia 25 de julho à CCJ, que teria até 3 de agosto para entregar seu relatório. Isso sem contar os pedidos de vistas e o pronunciamento da defesa. O relatório da CCJ deve ser lido em plenário, após publicação no Diário Oficial da União, a partir de 8 de agosto, se houver celeridade dos parlamentares. Com o recesso, essa data seria 22 de agosto.