Política

Doria dedica "flores do mal" a Lula e Dilma

Prefeito entregou flores para Viviane Senna na inauguração da Praça Ayrton Senna no Ibirapuera

Por G1 01/05/2017 14h37
Doria dedica 'flores do mal' a Lula e Dilma
Reprodução - Foto: Assessoria

Um dia após jogar flores entregues por uma cicloativista no chão, o prefeito de São Paulo, João Doria disse que flores devem ser dadas de coração e dedicou "flores do mal" ao ex-presidentes Lula e Dilma nesta segunda-feira (1º), na inauguração da Praça Ayrton Senna do Brasil, na Zona Sul.

A inauguração do memorial nesta segunda foi marcada por um tom político. Doria fez referências às flores desprezadas por diversas vezes. "Quero deixar claro que eu faço aquilo que deve ser feito. E para isso, ninguém me intimida. Ninguém me empareda. Como ninguém intimidava o Ayrton Senna", disse dura

Nesta manhã, Viviane Senna compareceu à inauguração do memorial ao ex-piloto tricampeão de Fórmula 1, localizado na Rua Curitiba, junto ao Parque do Ibirapuera, e recebeu um buquê do prefeito.

"Ao homenagear você com essas flores verde e amarelo, eu queria dizer que estas são as flores do bem. Não são as flores de uma agressão. Não são as flores de um protesto, são as flores do bem. Não são flores entregues com ódio. São flores entregues com coração", disse Doria. "As flores foram feitas para isso. Para dar a quem merece", continuou.

Viviane Senna apoiou o amigo João Doria. "Nós temos hoje um novo Ayrton Senna, que é este moço", disse em tom de campanha. "Ele vai levar o Brasil a um novo patamar", completou.

Flores no chão

Neste domingo (30), o prefeito recebeu flores de uma ciclista quando saía de carro da cerimônia de abertura da Japan House São Paulo. "Esta flor é em homenagem aos mortos nas marginais", disse a mulher. Doria não aceitou o presente. A ciclista então colocou o braço pela janela do passageiro e deixou o ramalhete no painel do veículo. O prefeito pegou as flores e as atirou no chão. "Agradeço", respondeu.

Giulia Gallo, a ciclista, diz ser contra a posição da Prefeitura em transformar ciclovias em ciclorrotas, além da mudança no limite de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros. Desde 25 de janeiro, data da implantação do novo limite de velocidade, ao menos sete pessoas morreram em acidentes nas marginais.

"Falei que estava entregando flores em homenagem aos mortos que vieram. Ele jogou a flor no chão", disse Giulia. "Eu como ciclista e pedestre estou me sentido muito desprotegida. Se ele tirar as ciclovias vamos correr risco", completou.

O prefeito e sua equipe foi recebida no novo parque por cerca de dez ativistas com flores, que pretendiam entregar um novo buquê a Doria. "Acho que ele como político tem que ouvir mesmo quando as pessoas forem contrárias ao que ele está fazendo. O político tem que estar atento à pressão popular", disse Letícia Sabino, da organização socioambiental Cidade a Pé. "Acho que foi um pouco agressiva a reação dele. Ao invés de receber a informação, respondeu com agressividade porque estavam contra o que se vem fazendo", opinou.