A capacidade de angariar votos da família Calheiros é, comprovadamente, indiscutível. Entretanto, os números têm mostrado que a transferência deles, não. Para a cientista política Luciana Santana, algumas variáveis precisam ser consideradas para avaliar esse tipo de influência sobre o eleitorado. “Sobre a transferência de votos, outras variáveis devem ser incluídas e a principal delas é quem é o candidato”, diz Luciana.

Para ela, a escolha do nome peemedebista para a disputa eleitoral em Maceió, no ano passado, não foi a melhor. “Em minha avaliação, apesar de ser o nome mais forte nas pesquisas internas do partido, o candidato do PMDB na capital para a eleição de 2016, Cícero Almeida, não foi a melhor opção feita. O partido errou ao escalar um candidato com alta taxa de rejeição, envolvimento em escândalos de corrupção e sem uma trajetória partidária no PMDB”, diz Luciana.

Em relação ao futuro, sendo o PMDB uma das principais forças políticas que afastaram Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República em 2016, a cientista política ressalta que não é possível prever como o eleitorado em Maceió – em Alagoas e no Brasil – vai se comportar diante dos candidatos peemedebistas. “Isso é difícil de prever. Nenhuma bola de cristal tem condições de afirmar o que acontecerá em 2018 por causa da imensa crise política em que o país emergiu. Precisaremos aguardar mais novos fatos. De qualquer forma, é importante lembrar que, no âmbito dos estados e municípios, temos subsistemas eleitorais e partidários que não operam em sincronia com o sistema político no âmbito nacional. Eles dependem de outras variáveis, como avaliação de governo, nomes do partido, alianças, etc”, explica Luciana Santana.

Porém, para ela, o PMDB possui instrumentos para se fortalecer em Maceió, por estar à frente do Governo do Estado