Política

Em disputa tensa, Luiz Dantas é reeleito presidente da ALE

Disputa acirrada na primeira votação com Bruno Toledo foi o fator surpresa da eleição para o cargo mais alto do poder

Por Tribuna Independente 02/02/2017 11h53
Em disputa tensa, Luiz Dantas é reeleito presidente da ALE
Reprodução - Foto: Assessoria

Uma eleição que teve de tudo, supostas traições, acordos desfeitos, mas no final tudo ficou resolvido, ou podemos dizer que parcialmente. O deputado Luiz Dantas (PMDB) foi reeleito presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas para o biênio 2017/2019, após a realização de uma segunda votação, fato que nunca tinha ocorrido dentro da Casa.

A mudança ocorre apenas no restante da Mesa Diretora que tem novos membros Francisco Tenório (1º- vice-presidente); Galba Novaes (2º vice-presidente); Dudu Hollanda (3º vice-presidente); Marcelo Victor (1º secretário); Severino Pessoa (2º); Jairzinho Lira (3º); Davi Davino (4º) e os suplentes de secretários, Marquinhos Madeira e Thaíse Guedes.

A tensão tomou conta da Casa Legislativa ao ser revelado que não haveria apenas a candidatura do deputado Luiz Dantas. Dois candidatos surgiram de última hora, Bruno Toledo (PROS) e Rodrigo Cunha (PSDB), o que fez surgir no plenário um verdadeiro alvoroço, pois de acordo com os bastidores da Casa Legislativa, o “acordo” seria apenas pela mudança da antiga Mesa.

Toledo acabou surpreendendo e alcançou 12 votos, contra 13 de Dantas e apenas um de Cunha o que fez a eleição ir para uma segunda votação. A sessão teve uma suspensão de uma hora e quando a disputa foi retomada, o deputado peemedebista foi consolidado presidente reeleito da Mesa Diretora, com 15 votos ao seu favor, contra 11 do deputado Bruno Toledo.

O que chamou atenção na segunda votação foi o fato de deputados que votaram em Dantas mostrarem abertamente que o seu voto era no peemedebista para a presidência da Casa, o que o regimento não permite, pois o voto deveria ser secreto.

RECADO

Reeleito, Dantas agradeceu pela confiança e indiretamente mandou um recado para Fernando Toledo, ex-deputado e hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/AL).

“Fico satisfeito e feliz com o resultado. Agradeço aos companheiros que votaram em mim. Serei um presidente de todos os deputados. Não fica sequela [declaração devido à candidatura de Bruno Toledo]. Vamos continuar o trabalho limpo que vínhamos fazendo e não como era feito no passado”, disse o deputado que aparentemente se mostrou revoltado com a suposta traição do grupo formado por Bruno Toledo.

Em entrevista à imprensa, Bruno Toledo se mostrou tranquilo e se esquivou dos questionamentos de que teria havido um acordo para “derrubar” Luiz Dantas. “Eu não sou da oposição. Estou trabalhando para a construção de uma unidade dentro da Casa. Aceito o resultado”.

Marcelo Victor contesta pedido de Olavo Calheiros sobre adiamento

parte de maior tensão ficou para a votação da composição dos membros restantes da Mesa Diretora, que tinha chapa única e era encabeçada pelo deputado Marcelo Victor (PSD) como 1º secretário (responsável pelas finanças da Casa).

Em questão de ordem, o deputado Olavo Calheiros (PMDB) tentou adiar o pleito, alegando existir um requerimento onde Bruno Toledo solicitava que tal escolha dos componentes da Mesa fosse feita de forma fatiada e que esse fato justificaria o seu pedido de adiamento.

Diante disso, foi iniciada uma nova discussão entre os parlamentares. Marcelo Vitor, então pediu a palavra e num discurso aparentemente nervoso, rogou aos santos e ao presidente reeleito que a eleição não fosse adiada, pois caso contrário estaria acontecendo um “assassinato político” e o que faria ele abandonar a vida política e ir embora de Alagoas.

Sei que essa questão levantada pelo deputado Olavo é pessoal e política. Mas não é possível que entremos em uma digladiação completamente desnecessária para dividir a Casa de forma talvez não mais compatível a ter uma pacificação. Se partirmos para esse golpe de espadas, não iremos sobreviver a contento. Não iremos manter a convivência política e pacífica. Portanto, peço por todos os santos e Nossa Senhora que o senhor presidente não cometa esse assassinato político.  Fizemos uma articulação como todos fazem, mas se este ato cruel ocorrer eu abandono a vida política e saio do estado junto com toda minha família”.

Não satisfeito, Marcelo Victor foi até o presidente e em seu ouvido disse coisas que segundo o próprio Luiz Dantas não pensava em ouvir dentro daquela Casa Legislativa e antes de ir de encontro ao pedido de Olavo Calheiros e prosseguir o pleito, Dantas desabafou ao dizer que não sabia se iria conseguir administrar a Assembleia.

Após os entraves, a nova composição da Mesa Diretora foi eleita com 22 votos.