Política

Ex-mulher de ex-deputado diz ter dossiê contra políticos de peso

Temendo pela própria segurança, Maria Christina Mendes Caldeira está pedindo asilo nos Estados Unidos, onde se encontra desde o dia 5 de janeiro

Por Notícias ao Minuto 08/01/2017 21h53
Ex-mulher de ex-deputado diz ter dossiê contra políticos de peso
Reprodução - Foto: Assessoria

Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, está pedindo asilo nos Estados Unidos, onde se encontra desde o dia 5 de janeiro. Ela contou às autoridades do país que sofre ameaças no Brasil por ter em mãos um dossiê que atinge o ex-marido e outros políticos de peso, como ex-presidente Lula e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Segundo informações repassadas pela sua advogada, Maristela Basso, à Folha de S. Paulo, ela teria oferecido a papelada para procuradores brasileiros mas, como não houve garantia de segurança, decidiu procurar ajuda no exterior. 

Sob proteção do governo norte-americano, ela está em local desconhecido e teve a identidade trocada. 

Segundo a advogada, Maria Christina vai entregar ao Departamento de Justiça dos EUA documentos que descrevem operações financeiras em contas e offshores do ex-marido e de seus aliados políticos.

Os papéis revelariam também a existência de dois cofres alugados em bancos no Uruguai e em Portugal, onde políticos brasileiros guardariam diamantes de operações feitas na África.

Já os dados do dossiê teriam sido obtidos por uma empresa americana especializada em rastrear atos de lavagem de dinheiro e corrupção, contratada por Maria Christina assim que o casamento com o ex-deputado começou a degringolar.

Ainda segundo a Folha, Valdemar, então presidente do PL, que hoje é PR, foi denunciado no mensalão acusado de embolsar dinheiro em troca do apoio de seu partido ao governo Lula e, depois, foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a sete anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em 2013. Ficou 11 meses na cadeia até receber o benefício da prisão domiciliar. No ano passado o ministro Luís Roberto Barroso (STF) perdoou sua pena.