Política
Reformar da Previdência é “extermínio”, diz Carimbão
Para o parlamentar proposta surge em um momento mais crítico do país por retirar direitos de quem não tem e transferir para quem já conseguiu se estabelecer frente às conquistas sociais
Em mais de vinte anos de vida pública, mandatos de vereador, deputado federal e uma corrida à Prefeitura de Delmiro Gouveia, no Sertão alagoano, apontam para Givaldo Carimbão (PHS) uma expertise para analisar o atual cenário político e econômico por qual o País vivencia a duras penas.
A saída de Dilma Rousseff (PT) da presidência e a efetivação de Michel Temer (PMDB), então vice da petista, são os pontos de partida e caminhada desta avaliação até chegar à preocupante Reforma da Previdência, projeto defendido com unhas e dentes por Temer, mas que ainda encontra focos de resistência na Câmara Federal
Em entrevista à Tribuna Independente, Carimbão rememorou que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff, reuniram os parlamentares para tratar de um novo formado a respeito da previdência, porém somente com o Lula a situação de miséria no Brasil passou por mudanças drásticas, principalmente porque as pessoas consideradas abaixo da linha da pobreza passaram a ter acessos a direitos sociais. “O Lula englobou o Bolsa Família e até criou aposentadoria para os produtores rurais aos 45 anos. Isso é um avanço fantástico. Ou seja, quando uma Reforma da Previdência surge novamente em pauta com uma proposta de forçar ao trabalhador a contribuir por 49 anos, é inadmissível. É um extermínio à população mais pobre. Vá a qualquer município pobre do país e veja de que eles sobrevivem”, avalia.
Carimbão ressalta que o projeto para reformar a previdência surge em um momento mais crítico do país por retirar direitos de quem não tem e transferir para quem já conseguiu se estabelecer frente às conquistas sociais.
RESISTÊNCIAS
Questionado pela reportagem se o projeto de Reforma da Previdência será aprovado com tranquilidade na Câmara Federal, tendo em vista os jantares promovidos com dada frequência por Temer à sua base aliada, o deputado Carimbão é taxativo: “Claro que não!”. O parlamentar contextualiza o momento na Casa e diz que Michel Temer não tem maioria para aprovar a reforma e reitera que o projeto é altamente nefasto às pessoas menos favorecidas no País.
“Corre o risco de a Câmara dos Deputados protelar a aprovação do projeto. Arrisco a dizer que até junho de 2017 o parlamento deve estar em debate sobre a previdência. Para o trabalhador se aposentar, ele teria que recorrer aos três últimos anos de serviço e calcular a média do seu salário. Com a atual proposta, você precisar saber do seu tempo de contribuição, que é de 49% e mais 51% do montante ao último dia de trabalho corrigido. É um massacre para a sociedade. Teremos pessoas contribuindo 49 anos para se aposentar. Do jeito que este projeto está, eu não voto e creio que haja muita resistência em Brasília”, argumenta Carimbão.
A ideia do governo Michel Temer, em análise de Carimbão, é fortalecer ainda mais um grupo de privilegiados em detrimento das pessoas que não têm voz nem vez diante da atual condição imposta pelo Governo Federal ao buscar a aprovação da reforma previdenciária a todo custo.
GOLPE POLÍTICO
O parlamentar alagoano considera que para chegar a estas condicionantes de preocupação, a classe política brasileira evidenciou um “golpe”. Ao votar contrário ao impeachment de Dilma, Carimbão destaca que precisou de coragem para adotar aquela postura quando a Câmara decidiu avançar com o processo de impedimento. “Vão ter saudades da Dilma na presidência. Aplicaram um golpe político e agora pagam o preço, principalmente os mais pobres deste país que são as vítimas”, assegura.
Indagado se existe uma articulação no Congresso Nacional para que tenhamos eleições para escolha de um novo presidente em 2017, Givaldo Carimbão ainda não enxerga essa possibilidade porque a Reforma da Previdência está apenas em fase de discussão acerca da sua legalidade.
“Quando o projeto chegar ao plenário da Câmara dos Deputados e a sociedade passar a compreender que esta reforma é nociva ao trabalhador, a história dessa aprovação tem de tudo para mudar. O governo não pode tirar dos pobres para dar aos mais abastados”, justifica o parlamentar.
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