Política
Medeiros tenta desarticular proposta de orçamento impositivo
Tema tratado com certa urgência no Legislativo estadual e pode ser votado na próxima semana
Mesmo com o número regimental de 17 deputados presentes para apreciação do parecer da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata do orçamento impositivo, ela não entrou na pauta do dia na sessão de quinta-feira (2).
O deputado estadual Francisco Tenório (PMN) explicou que regimentalmente ela só poderia voltar após duas sessões. “O pedido de adiamento do parecer é por duas sessões, então só na próxima terça é que entra em apreciação”, disse o autor do projeto que acredita em Casa cheia.
Para apreciação é necessária a presença de 14 deputados, e grande parte deles tem se mostrado favorável à aprovação do orçamento impositivo. De acordo com o autor do projeto esse é o sentimento da maioria dos parlamentares. “Não há mudança, o sentimento da maioria absoluta da Assembleia é pela aprovação da PEC”, afirmou.
Esse espaço de duas sessões, pode ser favorável ao governo para tentar reverter a posição daqueles que compõem a sua bancada. Contudo, Tenório garantiu que o governo, pelo menos até essa quinta-feira, não agiu neste sentido, e de forma otimista ele pontua que não acredita numa mudança por parte da bancada governista.
“Acredito que o governo não vai interferir no Legislativo para não aprovar matéria ou aprovar matérias de interesse. Tenho certeza que o governador Renan Filho [PMDB] como estadista que é não vai querer interferir no poder Legislativo”.
O líder do governo, Ronaldo Medeiros (PMDB) adiantou que tem conversado com os parlamentares e mostrado a realidade. “É uma realidade muito difícil e que aponta para 2017 um cenário econômico pior, então a gente pede um bom senso porque esse é um momento dos poderes se unirem para encontrar uma solução”, analisou.
Para Medeiros, retirar dinheiro do orçamento é prejudicar aqueles que mais necessitam.
Deputados debatem problemas na saúde
Passadas as discussões que tratam da PEC, o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) usou a plenária na sessão de ontem para fazer duras críticas ao governo quantos aos dados apresentados por ele durante a audiência pública de prestação de contas dos gastos com o Sistema Único de Saúde (SUS).
O parlamentar lamentou que o governo Renan Filho (PMDB) não esteja conseguindo cumprir a sua meta na saúde. “O Estado falhou feio neste ponto. A prioridade era reduzir em 5% a taxa de mortalidade infantil 2016 e hoje nós temos a maior taxa do país”, pontuou.
Rodrigo disse ainda que ouviu ao longo da semana, elogios ao governador dentro da Casa dizendo que ele era um herói porque estava resolvendo os problemas financeiros do Estado conseguindo trazer uma estabilidade. “O que conheço de herói não é aquele que se preocupa com os números e sim aquele que se preocupa com a vida. E espero mais uma vez não abrir o jornal amanhã e ver esse super-herói de braços arregaçados e com a caixa de remédio na mão dizendo que abriu mais um hospital porque não é essa a política que nós devemos aplaudir”, criticou.
Ronaldo Medeiros (PMDB), líder do governo, rebateu as declarações de Cunha criticando a gestão municipal, que tem falhado na atenção básica de saúde.
“Os municípios é que fazem esse trabalho, em Maceió, a saúde da família só cobre 31% e tem quatro anos que o prefeito está no mandato e vai ser renovar por mais quatro. A atenção básica evita muito a mortalidade infantil”, pontuou.
E lembrou que o governo tem sido destaque nacional.
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