Política

Recebimento de vantagens afasta juiz Léo Denisson da comarca de Marechal Deodoro

Titular da comarca também teve suspensas as vantagens, exceto auxílio-moradia

Por Tribuna Independente 11/11/2016 09h01
Recebimento de vantagens afasta juiz Léo Denisson da comarca de Marechal Deodoro
Reprodução - Foto: Assessoria

O desembargador e presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), João Azevedo Lessa, determinou o afastamento por tempo indeterminado do magistrado Léo Denisson Bezerra de Almeida, titular da 1ª Comarca de Marechal Deodoro.

Conforme a publicação, o ato normativo foi publicado no Diário da Justiça Eletrônico de quinta-feira (10). O juiz também teve suspensas as vantagens, exceto o auxílio-moradia.

O Conselho Nacional de Justiça, por unanimidade, decidiu afastar o magistrado para apurar possíveis infrações disciplinares, como a solicitação de vantagem indevida na ordem de R$ 200 mil para decidir pela soltura de preso e de recebimento de pagamento mensal em torno de R$ 50 mil para atuar em favor do prefeito da cidade. A sessão de julgamento do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aconteceu no dia 05 de outubro.

A relatora, corregedora Nancy Andrigh, votou pelo afastamento do magistrado. O conselheiro Emmanoel Campelo, depois de ter vista dos autos seguiu o voto da relatora, entendendo que existe suspeita de uma possível organização criminosa na comarca de Marechal Deodoro, composta por advogados e funcionários públicos, voltada à prática, em princípio, do crime de exploração de prestígio. Para ele, seria necessária uma apuração rigorosa dos elementos probatórios.

A reportagem tentou contato com o magistrado Léo Denisson, mas o seu telefone estava desligado.

DOIS CASOS EM 2016

Esse é o segundo magistrado de Alagoas afastado este ano. O primeiro caso noticiado foi o do desembargador presidente do TJ/AL, Washington Luiz Damasceno de Freitas, que foi afastado de suas funções no dia 29 de junho.

O motivo do afastamento também seriam infrações disciplinares desta vez  por facilitar a aprovação de processos de uma das empresas do esquema da merenda que atuava em Alagoas.

O envolvimento do presidente foi descoberto depois que um dos envolvidos no esquema revelou que foi depositado cerca de R$ 400 mil – em duas vezes – na conta de um servidor do TJ em Alagoas, Morgan Campos, na época assessor do desembargador Washington Luiz.