Polícia

PC investiga possível caso de negligência médica após morte de bebê em ambulância

Mãe procurou hospital três vezes com fortes dores e perda de líquido antes de ser transferida

Por Tribuna Hoje com TV Gazeta 16/10/2025 13h42
PC investiga possível caso de negligência médica após morte de bebê em ambulância
Polícia Civil investiga o caso - Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) abriu uma investigação para apurar um possível caso de negligência médica que resultou na morte de uma bebê dentro de uma ambulância, durante o trajeto entre os municípios de Pilar e Maceió. A mãe, Claudiane, grávida de 39 semanas, acusa o hospital da cidade de não ter prestado atendimento adequado, mesmo após procurar a unidade três vezes com dores intensas e perda de líquido.

Segundo a família, Claudiane deu entrada pela primeira vez no Hospital Nossa Senhora de Lourdes e Maternidade Dr. Armando Lages, em Pilar, na quinta-feira (9), apresentando fortes contrações. No entanto, os profissionais informaram que “não estava na hora” do parto, aplicaram uma medicação para aliviar as dores e liberaram a paciente.

Mesmo com o agravamento do quadro, a gestante retornou ao hospital outras duas vezes.

“Ela estava perdendo muito líquido, andando encurvada de dor. A gente implorava para fazerem alguma coisa, mas mandaram ela de volta pra casa dizendo que ainda não era o momento”, relatou uma parente.

Na terceira tentativa de atendimento, no sábado (11), os médicos decidiram transferi-la para o Hospital da Mulher, em Maceió. Durante o trajeto, Claudiane entrou em trabalho de parto na ambulância. A equipe de enfermagem tentou realizar os procedimentos de reanimação neonatal, mas a bebê — que se chamaria Lívia Vitória — nasceu sem vida
antes da chegada à unidade.

“Ela estava com tudo preparado, o enxoval prontinho. Era uma criança muito esperada e amada”, disse emocionada uma prima.

A mãe registrou boletim de ocorrência denunciando negligência médica. O caso está sendo investigado pelo 23º Distrito Policial de Pilar, sob responsabilidade da delegada Maria Angelita, que confirmou que os profissionais envolvidos serão ouvidos.

“As primeiras diligências já foram realizadas e estamos colhendo depoimentos dos profissionais de saúde que participaram do atendimento para apurar responsabilidades”, afirmou a delegada.

Em nota, o hospital informou que seguiu todos os protocolos médicos e assistenciais e que a transferência ocorreu após constatar que o bebê não estava na posição adequada para o parto. A unidade também afirmou que Claudiane recebeu toda a assistência necessária após o nascimento da criança.

O caso segue sob investigação.