O que era para ser apenas uma noite comum terminou em violência e correria no bairro do Jaraguá, em Maceió, no último sábado (5). Dois jovens de 19 anos foram brutalmente espancados por um grupo de torcedores — alguns de capacete — em frente a uma lanchonete, logo após a partida de futebol que derrotou o CSA por 3 a 2 contra o Caxias, no estádio de Rei Pelé, pela Série C do Campeonato Brasileiro. 

Segundo a Polícia Civil, as vítimas não conheciam os agressores. A delegada Luci Mônica, responsável pela investigação, classificou o ataque como um ato “covarde e gratuito”.

Um vídeo da cena divulgado pela polícia mostra ao menos seis homens desferindo socos e chutes contra um dos rapazes, que usava a camisa do CSA. Após as agressões, os suspeitos fogem rapidamente. Testemunhas relatam que o grupo chegou em diversas motocicletas, causando pânico entre clientes e famílias que estavam no local.

“Eles acharam que era um arrastão. Todo mundo começou a correr. Pegaram os dois e começaram a bater de graça”, detalhou a delegada.

Além das agressões físicas, uma das vítimas teve o celular furtado, embora o aparelho tenha sido posteriormente recuperado. O outro rapaz teve a carteira levada pelos agressores.

Ligações com torcida organizada

A polícia já identificou seis suspeitos que aparecem nas imagens e está analisando outros vídeos que mostram o grupo dentro do estádio e no trajeto até o local das agressões. Um dos suspeitos, segundo a delegada, tem ligação com uma torcida organizada.

"Agora, os identificados serão intimados a depor, e o inquérito segue para apurar a eventual participação de mais envolvidos. A investigação considera os crimes de lesão corporal, roubo e associação criminosa", enfatizou à delegada.

Clima de medo

No momento do ataque, havia mulheres e crianças nas proximidades da lanchonete. Apesar do susto, elas conseguiram fugir ao perceber a aproximação das motos. A cena causou revolta e indignação nas redes sociais após a divulgação das imagens.

A Polícia Civil reforçou o apelo para que novas testemunhas e vítimas procurem a delegacia para contribuir com as investigações. A população também pode enviar informações de forma anônima por meio do Disque-Denúncia 181.