Polícia

Padrasto de menino encontrado morto é preso; laudo do IML aponta agressão como causa da morte

Rhavy Abraão, de 2 anos, morreu em decorrência de forte pancada que causou ruptura no fígado e hemorragia abdominal interna

Por Tribuna Hoje com agências 14/05/2025 14h21 - Atualizado em 14/05/2025 18h07
Padrasto de menino encontrado morto é preso; laudo do IML aponta agressão como causa da morte
Polícia investiga ainda se mãe estaria omitindo agressão, mas no momento não há elemto que comprove sua participação no crime - Foto: Reprodução/TNH1

O padrasto de Rhavy Abraão Alves de Lima, de 2 anos encontrado morto dentro de uma casa em Riacho Doce, no Litoral de Maceió, foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Alagoas (PC/AL). A informação foi confirmada nesta quarta-feira (14) durante uma coletiva de imprensa.

A criança foi encontrada morta nessa terça-feira (13) em cima de uma cama no quarto da residência que morava. Inicialmente, parecia se tratar de uma fatalidade, no entanto, o caso teve uma reviravolta após resultado do laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) que apontou que a criança morreu em decorrência de uma forte pancada que causou a ruptura no fígado e hemorragia abdominal interna.

De acordo com o delegado Emanuel Rodrigues, da Unidade de Atendimento de Local de Crime (UALC), responsável pela investigação, o caso começou a ser apurado após a mãe e o padrasto acionarem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por volta das 10h da manhã de ontem.

Conforme o delegado, o padrasto teria ligado para o Samu informando que o menino não estava respirando. No local, a equipe constatou o óbito e suspeitou de possível morte violenta e devido a isso, acionou a Polícia Militar.

“A equipe de local de crime foi acionada. No primeiro momento, não havia lesões externas que justificassem uma morte prematura. Por isso, o corpo foi encaminhado ao IML”, disse Rodrigues.

Porém, após o resultado do exame do IML, apontar a equimose - mancha roxa de 12 cm por 8 cm na região da coluna e confirmando a morte da criança por uma forte pancada seguida de hemorragia, além de apresentar três pequenas lesões no couro cabeludo por ação contundente, o que indica que a morte de Rhavy foi por meio cruel.

"A mãe relatou que, na noite anterior, deu banho na criança e ela não apresentava lesões. Pela manhã, segundo ela, não chegou a acordar o menino antes de ir para a academia", falou o delegado.

Ainda segundo Emanuel Rodrigues, o padrasto estava na residência no momento da morte, mas afirmou não saber da existência de qualquer lesão na criança.

Devido a conclusão do laudo e da contradição nos relatos, a OPC/AL prendeu o padrasto do menino Rhavy em flagrante, como suspeito de ser o autor da agressão que causou a morte dele.

O delegado explicou que após o depoimento da mãe constatando que na noite anterior o menino não apresentava nenhuma lesão, e no dia seguinte o padrasto estar sozinho na casa com o menino e ter acionado ajuda, o laudo ter apontado lesão na coluna, e ele não saber explicar ou justificar, a prisão foi realizada.

“O suspeito alega que estava dormindo e quando acordou viu a criança já em óbito. E na casa só havia ele como adulto, além das duas crianças filhas da esposa. Com o laudo, fica clara que foi uma morte violenta e não natural’’, explicou o delegado Emanuel Rodrigues.

A mãe de Rhavy e seu padrasto estavam juntos há sete meses. Em depoimento, a mulher afirma que o homem nunca havia agredido seus filhos.

O laudo médico aponta que a lesão foi causada no dia que o menino foi encontrado sem vida. E a polícia descarta que lesão tenha sido ocasionada por queda da própria altura.

"Isso foi descartado. Não é possível essa lesão por meio de queda da própria altura, e a própria mãe alegou que na noite anterior, a criança não apresentava lesão", disse.

Ainda conforme a autoridade policial, o médico legista comenta na conclusão do laudo, que a lesão pode ter sido ocasionada por uma espécie de pizão ou golpe na coluna, o que teria gerado uma grande pressão abdominal, onde teve a ruptura do fígado da criança, causando a hemorragia.

O delegado ressalta ainda, que na residência não foi encontrado nenhum vestígio ou elementos externos que indicassem a ação violenta, tampouco foi encontrado e apreendido objeto na casa da família.

Rodrigues falou que a polícia investiga também uma possível omissão da mãe, porém, no momento, não há nenhum elemento que indique a participação dela no crime.