Polícia

Polícias Científica e Civil se unem ao MP para ampliar buscas por pessoas desaparecidas

Ações itinerantes no interior do estado e coletas de material genético de moradores de rua e presos são algumas das novidades que deverão ser implantadas no estado

Por Ascom Polícia Científica 23/08/2024 19h20 - Atualizado em 23/08/2024 23h06
Polícias Científica e Civil se unem ao MP para ampliar buscas por pessoas desaparecidas
Na reunião, ficou definido que haverá uma articulação para ampliar o projeto e facilitar a comunicação entre os órgãos - Foto: Ascom Polícia Científica

Em reunião realizada nesta quinta-feira (22), na sede da Polícia Científica de Alagoas, foi definido o desenvolvimento de ações para o fortalecimento de políticas públicas na busca por pessoas desaparecidas. O encontro fez parte da mobilização da semana nacional para coleta de material genético de familiares de pessoas desaparecidas, que começa na próxima segunda.

A perita-geral Rosana Coutinho detalhou a preparação do órgão para a mobilização nacional, que acontecerá do dia 26 a 30 de agosto. Haverá uma ampla divulgação nos meios de comunicação, fazendo um chamamento dos familiares para comparecerem aos IMLs de Maceió e Arapiraca para fornecer o material genético, que será coletado por peritos odontologistas e por técnicos forenses.

“Já estamos preparados para receber essas famílias que buscam por entes queridos desaparecidos. Na primeira mobilização ocorrida em 2021, conseguimos respostas em todo o Brasil, inclusive aqui em Alagoas, onde tivemos dois ‘matchs’ de famílias que encontraram seus familiares. Isso demonstra a seriedade do projeto, e o uso do DNA como ferramenta na busca de pessoas desaparecidas”, disse a perita-geral.

Recém nomeada para o cargo de autoridade estadual do projeto Desaparecidos em Alagoas, a delegada Rosimeire Freire destacou que esta é apenas a primeira fase da mobilização. Na reunião, ficou definido que haverá uma articulação para ampliar o projeto e facilitar a comunicação entre os órgãos que atuam no esclarecimento de casos de pessoas desaparecidas no estado.

“Em setembro haverá uma nova etapa da mobilização, com a coleta de DNA e impressões digitais de pessoas vivas não identificadas, que estejam em abrigos, hospitais, de modo que essas informações também sejam lançadas na Rede de Bancos de Perfis Genéticos para confronto. Também levarei para a reunião nacional das autoridades centrais sugestões de ampliação da campanha com a inclusão de detentos do sistema prisional”, afirmou a delegada.

Outra sugestão aprovada na reunião foi a criação de um calendário especial para coletas de DNA de familiares de pessoas desaparecidas nas cidades que não possuem IML e onde a Polícia Civil possui uma delegacia regional. Nessa ação itinerante, após uma mobilização regional, o Laboratório Móvel do Instituto de Criminalística irá coletar material genético de familiares e de pessoas sem identificação da área coberta pela regional, encurtando a distância dessas pessoas que vivem em regiões mais distantes e que muitas vezes não têm condições financeiras de se deslocar para Arapiraca ou Maceió.

A coordenadora do PLID/AL, promotora de Justiça Marluce Falcão falou da importância da união das forças dos diversos órgãos no enfrentamento desse grande problema de pessoas desaparecidas ou não identificadas. Ela alertou para o aumento de pessoas nas ruas em situação de vulnerabilidade, de pessoas diagnosticadas com problemas mentais, e até mesmo de inúmeros casos de presos do sistema penitenciário que omitem sua identificação ou se negam a serem identificados.

“Provavelmente são pessoas desaparecidas dos seus familiares, por algum motivo, por entrarem no mundo das drogas, por serem portadoras de algum tipo de deficiência mental, ou até mesmo moradores de rua que não têm a mínima informação sobre os seus familiares que podem ser de outro estado. Então, precisamos unir forças e trazer soluções para garantir a essas pessoas e as famílias delas a oportunidade de se reencontrar”, alertou a promotora.

Além da sugestão da coleta do DNA de detentos, a coordenadora do Plid também sugeriu o aperfeiçoamento da troca de informações com o setor responsável pelo Disque Denúncia 181. Outra cobrança da promotora foi a realização de um mapeamento dos locais de possível desova de corpos e de até ocultação de cadáveres, através da Delegacia de Homicídios para a realização de uma força tarefa para buscas nessas áreas.

Uma nova reunião com integrantes do Plid e da Policiais Científica e Civil ficou marcada para próxima segunda-feira (26), na sede do IML de Maceió, um dos pontos em Alagoas da semana nacional de coleta de DNA de famílias de pessoas desaparecidas. O outro ponto de coleta é no IML de Arapiraca.

Participaram da reunião a perita-geral Rosana Coutinho, a delegada Rosimeire Freire da Polícia Civil, a perita criminal Bárbara Fonseca chefe do Laboratório de Genética Forense e o assessor de comunicação da Polc, o jornalista Aarão José. Também participou do encontro, a coordenadora do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/AL), promotora de Justiça Marluce Falcão.