Polícia

Estratégias de combate as organizações criminosas são traçadas em evento de segurança

Com representantes da Bahia e do Rio, objetivo é entender como funcionam as facções e pensar em formas de combatê-las

Por Tribuna Hoje 18/07/2024 13h40 - Atualizado em 18/07/2024 13h56
Estratégias de combate as organizações criminosas são traçadas em evento de segurança
Os membros da reunião são o major Boaventura, do Bope da Bahia, e o coronel Uirá, ex-comandante do Bope do Rio de Janeiro, além dos representantes alagoanos - Foto: Sandro Lima

Na manhã desta quinta-feira (18) a Segurança Pública do Estado de Alagoas participou de um evento on-line com a presença de representantes da segurança da Bahia e do Rio de Janeiro. O objetivo das forças de segurança é entender como funcionam as organizações criminosas e pensar em formas de combater esses grupos.

O subcomandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Diego, representou a Segurança Pública de Alagoas e falou da importância de ações que combatam esses grupos criminosos. Ele pontuou as medidas de segurança implantadas em outros estados e quem vem gerando resultados positivos.

“Todos sabemos que a violência impacta na segurança do cidadão. Por isso, a Secretaria de Segurança Pública e o Bope promovem essa mesa redonda para debater sobre essa temática e verificar como outros Estados estão combatendo estes crimes. Mostrar o que vem dando certo” falou o major lembrando que o Bope completa 48 anos em 2024.

Os membros da reunião são o major Boaventura, do Bope da Bahia, e o coronel Uirá, ex-comandante do Bope do Rio de Janeiro. Por videoconferência, Uirá do Nascimento Ferreira destacou como as facções criminosas têm avançado pelo Brasil, mais precisamente em Alagoas, e o que pode ser feito para combatê-las. De acordo com ele, uma das maneiras para desarticular as organizações é o investimento em equipamentos, tecnologias e no trabalho das forças de segurança.

"Temos um cenário em que o Comando Vermelho está predominante. É um grupo criminoso muito influente em Alagoas. E hoje eles crescem sabe como? Através do controle territorial que faz o crescimento econômico e ampliação de integrantes das facções", expôs Uirá.

O representante do Bope do Rio reforçou a dificuldade para combater estes grupos já que eles têm um relacionamento estreito com políticos. "Hoje temos um PCC mais estruturado, e o Comando Vermelho está indo pelo mesmo caminho. E isso com certeza absoluta co  influência na política, estes criminosos têm a força para escolher um candidato para ser eleito, por exemplo. O controle das facções nos municípios atualmente, é maior", afirmou.

Tenente coronel de Alagoas garante que inteligência do Estado está em nível superior de muitos locais do Brasil

O tenente coronel Dimas Lima ressalta que as organizações criminosas traçam rota e realizam o tráfico de drogas e demais crimes o que dificulta para as forças de segurança, mas avalia que a inteligência das forças de segurança de Alagoas segue em nível superior do que em muitas outras localidades do Brasil.

“O que a gente tem que entender é que essa rota, saindo do Rio de Janeiro para o norte do país, nordeste, vai subindo e vai levando droga. São facções bem protegidas, muito bem instaladas. Tivemos uma operação recente, chegamos perto desses criminosos, estava até ferido, mas conseguiu se evadir junto com a sua companheira. Mas todo esse trabalho está sendo muito bem tratado pela atividade da inteligência. O trabalho deve ser conjunto, pois o crime não tem fronteiras. Isso tem que estar muito claro. Nós ainda temos fronteiras estaduais. Claro, tem cooperações entre estados. Eu acho que a gente deve entrar com o papel do Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública, através da sua Polícia Federal, Rodoviária Federal nessa identificação dessas rotas, dessas ações criminosas. Então, hoje, essa briga entre facção, desses integrantes do PCC, é exatamente um controle territorial. Quem fornece a droga, quem abastece as localidades, as rotas de saída de droga, ou entrada de droga no Estado, ou ações criminosas. É um trabalho conjunto, são ações que precisam cada vez mais ser feito com inteligência. Eu posso garantir a vocês que a inteligência de Alagoas está num nível muito superior de muitos locais do Brasil’’, disse Dimas.

Flávio Saraiva, secretário de Segurança Pública de Alagoas, ressaltou a influência do evento para as próximas decisões no combate a violência. . "É importante para que a gente, nesse espaço, discuta sobre o combate ao crime organizado e, principalmente, às facções criminosas", falou o comandante.

Além do major Diego, a equipe que representa Alagoas conta com o comandante do Bope, coronel Jatobá, representantes da Polícia Civil (PC) e membros do gabinete da Secretaria de Segurança Pública (SSP).