Polícia

Deic vai investigar casos de golpe de formatura em Alagoas

Dezenas de estudante denunciaram empresário estelionato e acusa de sumir com o dinheiro da turma

Por Tribuna Hoje 24/01/2023 13h43
Deic vai investigar casos de golpe de formatura em Alagoas
Vítimas devem comparecer a sede da Deic munidas de provas, mesmo que já tenham registrado BO na Central de Flagrantes - Foto: Reprodução/TV Pajuçara

O delegado Igor Diego divulgou nesta terça-feira (24), que a Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) será a responsável por investigar os casos de golpes de formatura registrados em Alagoas.

De acordo com o delegado, será necessário que as vítimas compareçam até a sede da Deic, no bairro de Santa Amélia mesmo que já tenham registrado o Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes.

Além disso, a autoridade informa que é preciso que as pessoas lesadas levem o máximo de provas documentais para comprovar o golpe. "É importante que essas vítimas levem tudo o que puder comprovar o que foi feito, qualquer tipo de documentação", ressalta Igor Diego.

Estudantes sofrem golpe de cerimonialista de formatura em Maceió

Na semana passada, várias denúncias contra um cerimonialista de Maceió, suspeito de dar golpe em estudantes de cursos de enfermagem e técnicos de enfermagem vieram á tona. Os estudantes relataram que foram pegas de surpresa ao saberem que os serviços contratados junto aos fornecedores não foram pagos. O caso tornou-se público no último dia 13 quando uma emissora de TV local mostrou que 13 formandos do curso de farmácia de uma faculdade particular de Maceió entraram em contato para denunciar o caso.

"Estamos em choque. Começamos a correr atrás para saber se tínhamos caído na mesma situação, para não usar uma palavra pior. Falamos com fornecedores e descobrimos que estávamos na mesma situação. A nossa reação foi chorar muito. Acho que foi a reação de toda a turma. Na realidade, a gente ainda não consegue acreditar que isso está acontecendo conosco. Foram quatro anos muito sofridos de faculdade, com a gente pagando uma festa para simplesmente não acontecer", contou Anne Larissa para a emissora.

Anne Larissa, uma das vítimas (Foto: Reprodução/TV Pajuçara)



Felipe Lima Eventos é o cerimonialista denunciado. Em resposta a uma outra formanda o cerimonialista disse: "Me encontrei com a Larissa e expliquei a situação como foi. Segunda-feira vou pagar o salão e enviar o comprovante, para marcar a degustação e ver o que precisa e o que está faltando. Não se preocupe, está tudo certo na formatura", disse ele no vídeo enviado a formanda.

Na mesma semana outros estudantes perceberam que também haviam caído no mesmo golpe, então se reuniram e realizaram um Boletim de Ocorrência contra o empresário. Além de estudantes de enfermagem uma turma de um curso de farmácia também denunciou Felipe Lima.

O secretário geral da Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas, Erickson Dantas, explicou que todos os formandos devem procurar a Justiça. "Existem os direitos inerentes às pessoas lesadas, que são positivados em relação ao direito do consumidor. A relação jurídica já está configurada. É o momento que o consumidor contrata o serviço do fornecedor, que pode ser também pessoa física ou jurídica que ficou responsável para realizar os serviços contratados. O Código de Defesa do Consumidor menciona que o consumidor, neste caso, específico faz jus à indenização por dano material e moral. Porque de acordo com o que foi veiculado na imprensa e com as queixas feitas pelas pessoas prejudicadas, existiu também má prestação de serviço. O serviço foi contratado, houve pagamentos e não houve o devido serviço realizado. Existiu má prestação de serviço, que está no Código de Defesa do Consumidor".

Ele salienta ainda que é importante que as vítimas possam estar munidas de documentação cabível para que essas ações sejam manejadas. ‘’Os comprovantes de transferências dos pagamentos feitos em relação ao caso, toda a conversa, situação que possa tirar prints de mensagens, e-mails, Instagram, todos servem como prova cabal da relação jurídica para que o consumidor fique munido de provas’’, explica Dantas.

Com informações da TV Pajuçara