Foram soltos na noite dessa quinta-feira (03), após uma audiência de custódia, os quatro suspeitos presos pela Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) que estão sendo investigados pelos crimes de fraude, estelionato, exploração de jogos de azar e falsidade ideológica.

Os suspeitos deverão cumprir medidas cautelares, como não se ausentar da Comarca sem autorização, comparecer mensalmente à Justiça, além de serem monitorados eletronicamente.

Além disso, por determinação da Justiça, todas as contas de redes sociais que divulgam os sorteios sejam bloqueadas.

De acordo com as investigações, o esquema funcionava há cerca de um ano. E os suspeitos promoviam sorteios semanais de rifas ilegais que não tinham autorização - e sonegava impostos. O item sorteado era sempre um veículo de alto valor. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos 23 carros, 1 caminhão, 26 motos, 4 armas de fogo e mais de R$ 122 mil em espécie. Além disso, também foram bloqueados de contas bancárias de empresas e de pessoas físicas, mais de R$ 65 milhões.

O CASO

A Polícia Civil desarticulou um esquema ilegal de venda de rifas de veículos em Arapiraca,  na última quarta-feira (2). Quatro pessoas foram presas, e mais três estão foragidas. O grupo também tinha atuação na Bahia.

Em Alagoas, os presos foram três irmãos que promoviam os sorteios. Um homem, com prisão decretada, está foragido. Todos os decretos de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal.

Na Bahia, um casal que tinha atuação na quadrilha, conseguiu fugir, mas seus advogados negociam com a Polícia Civil baiana a apresentação dos suspeitos.

Segundo a polícia, os carros seriam sorteados em evento em uma chácara na zona rural de Arapiraca.

A Polícia Civil informou que as investigações começaram há seis meses quando pessoas que apostavam nas rifas, por meio do Instagram, desconfiaram de um suposto esquema nos sorteios. Em depoimento à polícia, os apostadores contaram que começaram a suspeitar depois que constataram que as mesmas pessoas venciam os sorteios. E que alguns dos sorteados eram sempre da mesma cidade.

De acordo com o delegado Filipe Caldas, que coordenou a ação, as pessoas que venceram o sorteio vão ter que devolver os veículos para não correr o risco de responder por crime de receptação.

"Ainda não dá para a gente avaliar o quanto foi de lucro que eles tiveram nesse tempo de atuação. Eles iniciaram essa atividade criminosa há mais de um ano. Nós só tivemos ciência recentemente. Eles realizavam sorteios duas vezes na semana e mais de dez veículos eram sorteados", disse o delegado.