Polícia

PC/AL instaura inquérito para apurar morte de cachorro vítima de intoxicação em Pilar

Segundo a tutora, ele passou mal após comer petiscos de duas marcas do mesmo fabricante e morreu dias depois

Por Tribuna Hoje 06/09/2022 14h45 - Atualizado em 06/09/2022 18h04
PC/AL instaura inquérito para apurar morte de cachorro vítima de intoxicação em Pilar
Nesta terça-feira (06), tutora do animal registrou Boletim de Ocorrência - Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) instaurou um inquérito para apurar a morte de um cachorro de um ano e nove meses  da raça raça Shih-tizu, vítima de intoxicação após comer petiscos com suspeita de contaminação, na cidade de Pilar, região metropolitana de Maceió.

Segundo a tutora do animal, Ana Carolina, chocolate como era chamado, teria ingerido dois tipos de petisco, de duas marcas diferentes, porém do mesmo fabricante, e em seguida começou a passar mal. 

“Ele apresentou vômito no dia 15 de julho, duas semanas após começar a ingerir os dois petiscos: Every Day e o Dental Care. Levei ele ao veterinário, foi medicado e retornamos no outro dia para fazer exames. Os primeiros exames deram intoxicação, porque ele estava com problema renal, com as taxas bem alteradas e anemia. Ele voltou pra casa, piorou, foi internado em uma clínica, levei ele para casa, mas ele não se alimentava. Precisou de transfusão de sangue porque a anemia dele piorou muito e depois foi encaminhado para outra clínica, ficou na UTI e lá veio a falecer”, disse a tutora Ana Carolina a uma emissora de TV local.

 Ana Carolina disse ainda que o tratamento de Chocolate durou 13 dias e custou mais de R$ 10 mil. O laudo da clínica mostrou que o cachorrinho morreu de insuficiência renal aguda, que teria sido causada por uma intoxicação. Nesta terça-feira (06), a tutora do cachorro foi até a delegacia e registrou um Boletim de Ocorrência (B.O), denunciando o caso.

Durante a realização do B.O, a tutora apresentou a embalagem dos petiscos, conforme afirma o delegado Ronilson Medeiros. “A embalagem passará por perícia e o resultado deve ficar pronto em 15 dias. Iremos verificar se o produto está intoxicando ou não, a ideia é verificar se tem algum componente nesse petisco que tenha causado a morte do cachorro. Tendo essa comprovação vamos ter a veracidade ou não da morte por intoxicação’, disse o delegado Ronilson.

Este caso é bem parecido com as registrados no estado de Minas Gerais. Por lá, cerca de 40 animais morreram após supostamente ingerir o produto. Além de Alagoas e Minas Gerais, há relatos de mortes deste tipo no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Sergipe e Goiás.

Estão sendo investigadas três marcas de petiscos que podem ter causado as intoxicações e mortes nos pets. São elas: Dental Care, Every Day e Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar.

No estado de Minas Gerais, um laudo apresentado pela polícia aponta que foi identificada a presença de monoetilenoglicol na composição dos petiscos. A substância, que é tóxica e pode levar à insuficiência renal, já tinha sido detectada por meio de necropsia realizada pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em um dos cãezinhos mortos.

Em nota, o Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento (Mapa) mandou recolher em todo o Brasil, todos os lotes dos produtos da Bassar, assim como mandou interditar a fábrica, localizada em Guarulhos, em São Paulo.

"O Mapa orienta que formalizem as denúncias junto à Ouvidoria do Ministério munidos de informações sobre lote e data de fabricação dos produtos suspeitos. Já para fins de ressarcimento, consumidores devem entrar em contato com o fabricante ou com o estabelecimento", explica nota.