Polícia

Alagoana presa injustamente aguarda revisão criminal após dois anos para retomar a vida

Mulher ficou presa por mais de um ano por crime que não cometeu

Por Tribuna Hoje 07/08/2022 17h11 - Atualizado em 07/08/2022 17h15
Alagoana presa injustamente aguarda revisão criminal após dois anos para retomar a vida
Mayara foi presa injustamente por um crime que não cometeu - Foto: Reprodução

Ex-estudante de direito, de 24 anos, esteve presa por mais de um ano por um latrocínio que não cometeu, até que teve a inocência comprovada de dentro da prisão. Hoje, o caso de Mayara Alves, está em processo de revisão criminal e ela luta para ser indenizada pelo estado para poder retomar a vida.

Devido a prisão, Mayara Alves, hoje com 29 anos, teve que largar os estudos, onde cursa direito. Ficou mais de um ano longe dos familiares, seus filhos e mãe, e também teve prejuízos materiais, seus pertences foram furtados de dentro de casa enquanto presa. Durante o tempo cumprindo pena que não era dela, Mayara também perdeu a mãe.

Ao sair do presídio feminino Santa Luzia, na Cidade Universitária, a mulher condenada injustamente teve que recomeçar a vida do zero.

Ela recebeu o alvará de soltura no dia 04 de agosto, no dia em que Mayara completa ano. “Há dois anos, eu recebia minha liberdade. Imaginava um recomeço, mas até hoje, pouca coisa mudou. É uma situação muito difícil quando se é sozinha. As pessoas simplesmente querem apagar o erro que foi cometido judicialmente e seguirem suas vidas, enquanto a minha está aqui, cada dia pior, sem nenhuma perspectiva. Nunca tive apoio psicológico, nem financeiro”, disse.

Mayara foi condenada injustamente por latrocínio por ter o nome igual ao da verdadeira autora do crime.

As investigações tem erros desde a confusão de nomes, até as contradições das próprias intimações referentes ao endereço dela.

A mulher não sabia que estava sendo investigada e ainda foi condenada por edital, sem chance de se defender diante do júri ou na fase processual.

Depois de comprovar a inocência, a verdadeira Mayara foi presa após confessar o crime.

Após a soltura da inocente, a defesa entrou com ação no Tribunal de Justiça para pedir a revisão criminal do caso, o que foi acatado. Agora ela espera o julgamento, para que tenha a pena retirada do seu histórico de antecedentes criminais.

Segundo Tribunal de Justiça, “o processo está em análise para ser incluído em pauta em breve”. Ao menos 15 processos de revisão criminal tramitam no órgão atualmente, podendo ser um número maior.

A Revisão Criminal é uma ação judicial por meio da qual a pessoa condenada requer ao Tribunal que reveja a decisão que a condenou, a qual já transitou em julgamento.