Polícia
Acusado da 'Chacina de Guaxuma’ é inocentado e ganha liberdade
O Ministério Público vai sustentar a tese de homicídio triplamente qualificado (artigo 121 da Lei nº 2.848/40): crime praticado com emprego de meio cruel
O Conselho de Sentença inocentou o acusado na 'Chacina de Guaxuma’, ocorrido em 2015, e concedeu a liberdade a Daniel Galdino Dias, apontado de ser o autor dos assassinatos de dois adultos e duas crianças da mesma família. A sentença foi lida no início da madrugada dessa sexta-feira (25).
Daniel Galdino negou sua participação nas mortes e atribuiu o crime a um homem identificado como Charles. Ele já deixou o Fórum em liberdade logo após o encerramento da audiência.
O Ministério Público afirmou que recorrerá da decisão, em razão da prova ser manifestamente contrária aos autos. Ainda conforme o MP, testemunhas de defesa ouvidas antes do acusado entraram em contradição durante seus depoimentos.
Na parte da manhã, a psicóloga Aline Damasceno afirmou em depoimento que a criança, à época, repetiu a mesma história mais de seis vezes, sem entrar em contradição.
“Ele repetia: Ele matou a minha irmã, o Gui e eu”, disse a psicóloga. Na época, o menino tinha cinco anos. “E eu perguntei a ele: matou com o quê? Aí ele: de foice”, completou a profissional.
O Ministério Público vai sustentar a tese de homicídio triplamente qualificado (artigo 121 da Lei nº 2.848/40): crime praticado com emprego de meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a impunidade do crime.
A chacina
O casal Evaldo da Silva Santos e Jenilza de Oliveira Paz, os filhos Estérfany Eduarda de Oliveira Santos, de nove anos, e Adrian Guilherme de Oliveira Santos, de apenas dois anos foram assassinados no dia 8 de novembro de 2015. O outro filho do casal sofreu tentativa de homicídio, mas teria se fingido de morto e sobreviveu.
A primeira vítima foi Evaldo, que saiu do sítio na companhia do acusado para fazer um trabalho. Durante o trajeto, Daniel teria surpreendido a vítima com golpes desferidos por instrumento corto-contundente em seu corpo, sendo vários golpes nas costas. A vítima ainda teve a mão amputada e jogada em uma vegetação próxima.
Em seguida, Daniel teria retornado à residência das vítimas e arrancado Jenilza de sua casa, ocasião em que a amarrou em uma das bases de concreto de um galpão em construção e a assassinou com vários golpes de instrumento corto-contundente.
Na ocasião, as crianças, que estavam no local, atenderam aos pedidos da mãe e fugiram, se escondendo no matagal. O choro do filho mais novo teria denunciado o paradeiro das crianças, que foram atacadas pelo réu. Apenas o menino de cinco anos resistiu aos ferimentos e, posteriormente, reconheceu o acusado.
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