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Polícia Civil esclarece morte de transexual que teve corpo achado em casa abandonada

Triângulo amoroso teria sido motivo do crime que aconteceu em Arapiraca

Por Ascom PC/AL 17/06/2020 16h04
Polícia Civil esclarece morte de transexual que teve corpo achado em casa abandonada
Reprodução - Foto: Assessoria
A Delegacia de Homicídios de Arapiraca, comandada pelo delegado Felipe Caldas, conclui o inquérito que investigou o assassinato de Rafael dos Santos Farias, que era transexual, ocorrido no dia 14 de março deste ano. O corpo da vítima foi achado em uma casa abandonada, localizada no Povoado Poço da Pedra, zona rural daquele município. “Rafinha Pimenta”, como a vítima era conhecida, estava desaparecido há cinco dias e seu cadáver já apresentava decomposição. A necropsia, realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca, indicou que “Rafinha” apresentava fratura no crânio e que seu corpo também foi queimado, teve os dentes quebrados e sofreu outros tipos de violência. De acordo com as investigações, Rafael teria um relacionamento com um garoto menor de idade, que estaria desistindo de encontrá-lo, o que irritou o transexual. A vítima, então, ameaçou contar na escola do garoto, que este havia saído com ela, e que se o garoto aceitasse sair com “Rafinha” de novo, esta não contaria nada a ninguém. O fato importante na investigação é que a polícia descobriu que “Rafinha” sempre utilizava o telefone de um amigo quando queria conversar com o garoto, e foi nessas conversas pelo WhatsApp , que as ameaças da vítima para o garoto foram descobertos. Ainda durante as investigações, foi esclarecido que “Rafinha” queria encontrar novamente o garoto, e que este estaria tendo um relacionamento com outro rapaz, maior de idade. Teria sido ai que se iniciou a trama para matar a vítima. O garoto, como forma de se livrar de “Rafinha”, contou tudo para o outro rapaz e falou das ameaças que sofria. O rapaz, então, teria convencido o menor a chamar “Rafinha” para conversar em uma casa abandonada, local onde eles costumavam se encontrar. Na conversa, o menor falou que iria levar um amigo, mas “Rafinha” não sabia que seria o rapaz com quem o garoto tinha um relacionamento. O garoto pediu para que “Rafinha” arrumasse um martelo, alegando que seria para consertar a porta da casa abandonada, onde iriam se encontrar. Segundo as investigações, o menor e o amigo seguiram em uma moto até o local combinado, e ao encontrar a vítima próximo da casa, a chamaram. Os três subiram na moto e se dirigiram para a casa. Quando chegaram ao Povoado Poço da Pedra, o rapaz maior de idade pediu o martelo a “Rafinha”, dizendo que iriam consertar a porta da casa velha, mas na hora que vítima entregou, iniciou-se a agressão a marteladas. “Rafinha” foi atingido na cabeça, e caiu já desacordado, mas foi agredido outras vezes. O menor juntou-se ao o rapaz e seguiram a uma localidade distante, na mesma moto, conseguiram gasolina, voltaram e atearam fogo no corpo de “Rafinha”. Depois do crime, os dois suspeitos fugiram, e continuaram vivendo normalmente como se nada houvesse acontecido. O menor já foi ouvido na polícia e confessou sua participação como também do adulto no assassinato. O inquérito agora será enviado à Justiça. O delegado Felipe Caldas aproveita para reforçar a importância das pessoas passarem informações para a polícia sobre criminosos pelo disque denúncia 181, ou ainda pelo 3522-3823 da Delegacia de Homicídios de Arapiraca. O anonimato é garantido.