Polícia
Agente da PF lidera operação que impõe prejuízo de R$ 4,5 bilhões ao crime organizado
O segredo do sucesso é desmantelar esquemas de desvio e contrabando de cigarros, produtos eletrônicos, medicamentos, produtos hospitalares e até armas e munições utilizando estratégias modernas.
23/10/2019 15h22
Coordenador Geral de Fronteiras comemora bons resultados do Programa Vigia
O Programa Vigia do Ministério da Justiça e Segurança Pública já provocou um rombo de R$ 4,5 bilhões ao crime organizado. Em seis meses de operação, as ações integradas da Polícia Federal, Batalhão de Fronteira da Polícia Militar, Exército, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Receita Federal impediu que o contrabando lucrasse. Também evitou que o país perdesse aproximadamente R$ 100 milhões em tributos e multas. Com equipes menores, mais especializadas e sem sobreposição de trabalho, o programa, comandado pelo agente de polícia federal Eduardo Bettini, que atua como coordenador-geral de fronteiras da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, colhe excelentes resultados. “Mudamos o conceito das operações de fronteiras. Antes, elas eram episódicas, com grande número de pessoal e volume de recursos e equipamentos para a região e essas equipes permaneciam por pouco tempo. Agora, com as instituições integradas e operações permanentes, não temos data e não vamos sair da região onde estamos atuando”, explica. Bettini diz que, à medida que o crime for se adaptando e mudando de lugar, a operação também se deslocará. “Somos uma operação completamente adaptável”, assegura. O segredo do sucesso é desmantelar esquemas de desvio e contrabando de cigarros, produtos eletrônicos, medicamentos, produtos hospitalares e até armas e munições utilizando estratégias modernas. As operações, iniciadas em abril deste ano, começaram pela na região entre Foz do Iguaçu e Querência do Norte, no Paraná – que se tornou famosa por concentrar grandes operações de comércio ilegal. A ideia é fortalecer o combate ao crime organizado e aumentar a fiscalização e repressão aos crimes nas fronteiras do País por meio da integração entre as instituições. “Nós bloqueamos o Rio Paraná em um ponto onde havia muito trânsito de embarcações. Em outro ponto, foram feitas várias ações, que chamamos de reconhecimento em força ou ações de patrulha rural, em que as equipes conseguiram sucesso. Houve apreensões e prisões num primeiro momento”, comemorou. “Em uma única apreensão, recolhemos mais de 500 smartphones. “Imagine isso competindo com o comércio estabelecido em uma cidade. Se bloquemos essa entrada, causamos muitos problemas para o mercado ilícito”, detalha o comandante-geral. O Programa Vigia é parte do Programa de Segurança nas Fronteiras – um dos projetos estratégicos do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ideia é expandir o programa para que ele consiga atingir todos os 11 estados de fronteira. São quase 17 mil quilômetros de fronteiras entre o Brasil e outras nações. Segundo Bettini, enquanto a maior parte das apreensões no Paraná tem relação com o contrabando, em Mato Grosso, o foco são as drogas. Já em Rondônia, as atuações mais exitosas têm relação com os crimes ambientais e, no Acre, com o contrabando de medicamentos e anabolizantes. Denúncias A mudança no comportamento da população, que agora denuncia as irregularidades, é responsável por grande parte do sucesso das operações. “Isso demonstra que a população agora está acreditando e confiando nos nossos trabalhos”, diz o comandante. Ele também fala com muita alegria de mensagens recebidas por pescadores, que agora dizem poder pescar à noite. “Antes, havia uma espécie de toque de recolher que impedia a pesca e fazia do rio praticamente uma propriedade do crime depois das 18 horas e, agora, o rio voltou a ser um lugar seguro”, relata. Conta também que as pessoas, especialmente jovens, estão abandonando a vida de crime e voltando ao mercado, porque está diminuindo a oferta de trabalho ilícito e melhorando a oferta de trabalho. Sobre a Fenapef Fundada em agosto de 1990, a Fenapef é a maior entidade representativa da Polícia Federal (PF), com mais de 14 mil filiados. Além de defender e representar os servidores da PF, a federação também atua como agente transformador nas políticas de Segurança Pública. Dentre as principais áreas de atuação da Federação Nacional dos Policiais Federais, destacam-se a repressão e investigação de crimes, a prevenção às drogas, o enfrentamento à corrupção e a atuação policial articulada.Mais lidas
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