Polícia

Defensoria Pública vai pedir afastamento de policiais que atuam no 'Caso Danilo'

Padrasto e mãe relataram que foram vítimas de tortura na noite da última terça (15)

Por Lucas França / Rívison Batista com Tribuna Independente 16/10/2019 20h59
Defensoria Pública vai pedir afastamento de policiais que atuam no 'Caso Danilo'
Reprodução - Foto: Assessoria
O caso do menino Danilo Almeida, de 7 anos, assassinado a golpes de faca após ser sequestrado enquanto estava com o irmão gêmeo, no bairro do Clima Bom, parte alta da capital, no último fim de semana, ganhou um novo capítulo. O padrasto José Roberto e a mãe Darcinéia Almeida denunciaram uma suposta violência praticada pela polícia. Segundo o casal, eles foram ameaçados para que confessassem o crime. A Defensoria Pública Estadual decidiu acolher a denúncia e informou que vai pedir o afastamento da equipe policial que atua na investigação do caso. Ontem (16), a denúncia foi feita na Defensoria Pública. O casal foi ouvido pelo defensor Marcelo Barbosa Arantes. Padrasto e mãe relataram que foram vítimas de tortura na noite da última terça-feira (15), quando foram levados por policiais até a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O argumento era o de que eles passariam por uma avaliação psicológica. Segundo a Defensoria Pública, o pedido do afastamento será feito juntamente com a denúncia do casal e será encaminhado aos órgãos de fiscalização, a exemplo do Conselho de Segurança e Corregedoria da Polícia Civil. “Além do mais, o casal, toda vez que for ouvido, será na presença de um defensor público”, afirmou a assessoria da Defensoria à reportagem da Tribuna. Segundo relato do casal dado em entrevistas à imprensa local, quando os dois chegaram a DHPP, teriam sido colocados em salas separadas. Darcinéia teria sido coagida a confessar ser responsável pela morte do próprio filho. A mãe de Danilo conta que recebeu murros nas costas e que ameaçaram dar choque nela. Além disso, o casal afirma que receberam ameaça de que, se não confessassem, teriam a casa incendiada. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), no final da tarde de ontem, e por meio de nota, a assessoria de comunicação disse que a direção da PC/AL, em virtude de acusação de supostas agressões atribuídas a policiais civis e que teriam ocorrido em uma delegacia de polícia da capital, esclarece que quaisquer denúncias envolvendo possível desvio de conduta de integrantes da instituição são devidamente apuradas, desde que comunicadas oficialmente. A instituição adiantou ainda que a mãe e o padrasto do menino foram encaminhados à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a pedido da psicóloga que ouvia o irmão gêmeo do garoto morto, pois ela queria ter a contextualização mais ampla das pessoas que tinham uma relação mais próxima com a vítima. A Polícia Civil lembrou ainda que possui dois canais internos para onde podem ser encaminhadas tais denúncias: a Corregedoria de Polícia Civil, localizada na Avenida Comendador Leão, no bairro do Poço, e a Ouvidoria de Polícia Civil, situada no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), na Avenida Gustavo Paiva, em Mangabeiras. O delegado Bruno Emílio, que investiga o caso, não se pronunciou diretamente sobre o assunto. Leia mais sobre o assunto na edição impressa da Tribuna Independente desta quinta-feira (17)