Polícia

Em Hong Kong, polícia prende manifestantes em mais um dia de protestos

Protestos acabaram em confrontos entre forças de segurança e ativistas. Atos tiveram agressões e saques a lojas

Por AFP e G1 13/10/2019 16h55
Em Hong Kong, polícia prende manifestantes em mais um dia de protestos
Reprodução - Foto: Assessoria
A polícia de Hong Kong fez novas detenções, neste domingo (13), durante mais um dia de protestos organizados em vários bairros por manifestantes do movimento pró-democracia. A agência France Presse relatou que os atos pareceram mais esvaziados do que os anteriores. Algumas das manifestações acabaram em confrontos entre as forças de segurança e ativistas. Vários deles estavam com o rosto coberto e saquearam lojas leais ao governo chinês. Também bloquearam ruas e lançaram objetos em vias férreas. De acordo com a polícia, um agente foi hospitalizado com um ferimento no pescoço. As emissoras de televisão locais transmitiram imagens de um homem agredido até sangrar por manifestantes, que suspeitaram de que ele fosse um agente à paisana após encontrarem um cassetete em sua mochila. Os policiais disseram ter usado gás lacrimogêneo em dois incidentes separados. No bairro de Mongkok, na península de Kowloon, vários manifestantes ergueram uma barricada de bambu e foram presos. No setor de Tai Po, mais ao norte, as forças de segurança invadiram um shopping, onde os ativistas fizeram pichações acusando as lojas de apoiarem os governos de Hong Kong e de Pequim. Um prédio público próximo foi saqueado. Além disso, houve protesto em pelo menos outros quatro bairros. "Estou furiosa! Quero que o governo dissolva todas as forças policiais!", disse à France Presse uma mulher que se identificou como Chan. Pouco depois, na mesma área, um jornalista da agência presenciou manifestantes que agrediam uma mulher de meia-idade, com socos e golpes de guarda-chuva, além de sujarem seu rosto de lama. Ela teria colaborado com a polícia para desmantelar barricadas. 'Lady Liberty' Em outro ato, um grupo de manifestantes transportou, escondido, uma estátua que se tornou um símbolo de sua mobilização até o topo de uma montanha emblemática da ex-colônia britânica, a Pedra do Leão, na península de Kowloon. A estátua, chamada "Lady Liberty", obra de um artista de Hong Kong de 32 anos, retrata um manifestante com uma máscara de gás, óculos e capacete. De acordo com seu criador, Alex, o objeto foi transportado à noite, ao longo da íngreme estrada que leva ao cume, a 495 metros de altitude. Em uma das mãos, ela segura um guarda-chuva, símbolo do movimento pró-democracia de Hong Kong. Na outra, um cartaz preto, onde se lê: "Libertem Hong Kong, a revolução do nosso tempo". Há quatro meses, Hong Kong passa por sua pior crise política desde que o Reino Unido devolveu o território à China em 1997. Em atos quase diários, manifestantes vão às ruas para exigir reformas democráticas e denunciar a crescente interferência de Pequim nos assuntos da região semiautônoma.