Polícia

Casal com vários filhos adotivos fugiu de Goiás após início de investigação social

Hermano Lopes Borges, de 48 anos, e Barthira do Carmo Cunha, de 67, foram detidos ontem

Por Tribuna Hoje com Ascom MP/AL 09/08/2019 15h43
Casal com vários filhos adotivos fugiu de Goiás após início de investigação social
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ministério Público de Alagoas divulgou nesta sexta-feira (9) mais informações sobre o caso do casal de Goiás, do município de Aparecida de Goiânia, que foi preso na quinta-feira (8) em Marechal Deodoro suspeito de maus tratos a vários filhos adotivos. De acordo com o órgão estadual, Hermano Lopes Borges, de 48 anos, e Barthira do Carmo Cunha, de 67, fugiram de Goiás com as crianças após o início da investigação social. O caso veio à tona com a necessidade da equipe multidisciplinar atuante na Vara da Infância de da Juventude da comarca realizar estudo social com a família diante de afirmações de duas meninas que viveram como filhas adotivas e conseguiram fugir. Tal necessidade do estudo surgiu após ter sido concedida uma medida protetiva em favor dos filhos, proposta pelo Ministério Público de Goiás, onde a família residia. Quando fugiu, o casal não deixou informações sobre seu destino, criando obstáculo à localização da família pela justiça goiana. Ela somente foi encontrada cerca de quatro anos depois, em Marechal Deodoro. Foi realizado um estudo psicossocial da realidade familiar pela equipe multidisciplinar da comarca de Marechal Deodoro. Essa avaliação apontou que as crianças viviam em condições desumanas e degradantes. Além disso, em diligências complementares, o Ministério Público Estadual constatou que os menores eram vítimas de tortura física e psicológica por parte do casal. Em respeito ao segredo de justiça e a dignidade dos menores de idade envolvidos, os detalhes dos fatos não podem ser revelados. Em Alagoas, há quatro testemunhas que estão colaborando com as investigações. Elas narram, com riqueza de detalhes, os fatos ocorridos, especialmente, no interior da residência. O Ministério Público de Alagoas está em contato com o Juizado da Infância e Juventude de Aparecida de Goiânia e sugeriu a reavaliação dos processos de guarda e adoção de todas as vítimas. Ficou acordado que essas ações serão desarquivadas para revisão. Depois de ouvir as crianças e adolescentes, o Ministério Público apurou que eles querem voltar para a sua cidade natal e não desejam mais permanecer sob a guarda do casal. A prisão foi requerida pelo MP/AL em razão dos testemunhos do crime de tortura. Além disso, chegou ao conhecimento do Ministério Público, que o casal, diante das denúncias que já circulavam na cidade de Marechal Deodoro, estava se preparando para fugir, tal qual como fez em Aparecida de Goiânia, quando o Juizado já referido determinou um estudo de caso na família em razão da fuga de uma das filhas adotivas. Quando do cumprimento da busca e apreensão, requerida pelo Ministério Público Estadual, constatou-se que havia malas prontas e que um micro-ônibus estava preparado para fazer uma viagem. Além disso, os pais já tinham solicitado, nas escolas, a transferência dos filhos.