Polícia

Acusado de matar estudante Bárbara Regina é condenado a 26 anos de reclusão

Otávio Cardoso foi condenado por homicídio e ocultação de cadáver; júri ocorreu nesta terça

Por Ana Paula Omena com assessoria TJAL 28/05/2019 17h36
Acusado de matar estudante Bárbara Regina é condenado a 26 anos de reclusão
Reprodução - Foto: Assessoria
O réu Otávio Cardoso da Silva Neto foi condenado a 26 anos e seis meses de reclusão pela morte da estudante Bárbara Regina Gomes da Silva, ocorrida em 2012. A pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado. O júri popular foi realizado nesta terça (28), no Fórum do Barro Duro. O corpo de jurados foi composto por cinco homens e duas mulheres.

Pela manhã, foram ouvidas três testemunhas, a mãe da vítima e o acusado. Otávio negou a autoria do crime. Disse que não conhecia Bárbara e que apenas deu carona a ela, a pedido da própria, deixando-a na avenida Álvaro Otacílio. Depois, ele teria parado em um posto de gasolina, no Farol, para comprar cigarros e tomar um café.

Otávio Cardoso foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O júri foi presidido pelo juiz John Silas da Silva, titular da 8ª Vara Criminal de Maceió.

TESTEMUNHAS A primeira testemunha ouvida foi Morgana que estava na boate Le Hotel, no bairro Ponta Verde, acompanhada do namorado na época Ítalo  Bruno, que segundo ela, seria conhecido de Otávio. Ela contou que depois que o ex-namorado foi preso e que soube do envolvimento dele em roubo de carro, terminou o namoro. Ainda de acordo com Morgana, Ítalo também era amigo do Moab Júnior, este último que teria dito na polícia, que Otávio confessou dizendo ter matado Bárbara, porém depois negou a informação. “Fomos ao cinema e o Ítalo atendeu a ligação do Moab que comentou do fato sobre Otávio”, frisou. Ela mencionou que passou cerca de um ano namorando Ítalo, e que ele saia com Moab porque eram amigos. “Na boate, vi o Otávio beijando uma moça, mas não sei dizer se era a Bárbara”, lembrou. Indagada pelo promotor Antônio Vilas Boas sobre um assassinato envolvendo Ítalo Bruno e se Moab teria algum motivo para incriminar Otávio, ela afirmou desconhecer. Seu José Antônio Oliveira Falcão, também foi ouvido como testemunha. Ele era o proprietário do quarto alugado por Otávio. O senhor disse durante o julgamento que tomou conhecimento do crime contra Bárbara pela TV, que estava em outra cidade e que via Otávio sempre, no entanto depois do fato o inquilino desapareceu. “Otávio retirou todos os pertences do quarto, segundo a faxineira. A gente ligava e Otávio não atendia, chegando a conclusão de que ele tivesse possivelmente cometido algum crime, algo errado, de anormal”, enfatizou. MÃE DA VÍTIMA Valéria Leite da Silva, mãe de Bárbara Regina, também foi ouvida em plenário e emocionada ressaltou o quanto a filha era trabalhadora. “Ela era estudante, estava cursando contabilidade, tinha planos, trabalhava numa concessionária de veículos aos 21 anos, gostava de sair como qualquer jovem, nunca me deu trabalho”, destacou. A mãe da vítima disse que Bárbara sempre informava quando chegava ao local que ia, e que inclusive no dia do fato, ela ligou preocupada, porém Bárbara tinha dito que estava pegando uma carona, mas demorou para chegar. “Liguei, ela me disse que estava indo pra casa. Ouvi uma voz masculina a chamando para ir embora, esperei na janela do apartamento do 3º andar onde morávamos no bairro do Feitosa, e acabei adormecendo”. “Quando acordei já tinha amanhecido o dia, entrei em desespero porque ela não estava em casa ainda, mas achei que ela tivesse ido dormir na casa de alguma amiga”, detalhou.

Caso

De acordo com a denúncia, o réu conheceu a vítima em uma boate, no bairro Ponta Verde, na capital. Ele saiu do local acompanhado da estudante. Ainda segundo a acusação, Otávio matou Bárbara Regina após ela se negar a ter relações sexuais com ele.