Polícia

Empresário que esposa e enteado mandaram matar está vivo

Pistoleiro foi contratado por Suely Amaral e Igor Casado por R$ 30 mil

Por Ana Paula Omena com Tribuna Hoje 30/01/2019 12h46
Empresário que esposa e enteado mandaram matar está vivo
Reprodução - Foto: Assessoria
A trama para assassinar o empresário Jaetts Ferreira Junior, de 57 anos, que estava desaparecido desde o último dia 24, foi desvendada pela polícia alagoana após menos de uma semana de investigação. A esposa dele identificada como Suely Morais Amaral e o enteado, Igor Amaral Casado foram presos suspeitos do plano de morte ontem (29). Durante uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (30), na Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), a polícia confirmou que o empresário alagoano, está vivo. Segundo informações do delegado Thiago Prado, a esposa de Jaetts pagou R$ 30 mil para que um homem identificado apenas pelo prenome João, que trabalharia com ela como cobrador de agiotagem, matasse o esposo. Suely e Igor foram presos na operação “Viúva Negra”. De acordo com a autoridade policial, Suely simulou um possível sequestro do marido, alegando que ele estava sumido após sair do trabalho no Polo Industrial do Tabuleiro. “Começamos a investigação e observamos incongruências da esposa, referentes à saída de Jaetts com um Kadett de cor verde, e que uma BMW que estaria no conserto em uma oficina de lanternagem próxima do trabalho da vítima. Porém, a polícia não constatou essas informações e teve uma reviravolta no caso, com o acesso ao plano de morte por parte da esposa e enteado, que executaria o empresário com a ajuda de um pistoleiro contratado por R$ 30 mil”. “Ela fazia agiotagem junto com o filho, e o pistoleiro informou a trama da morte do empresário por meio de uma gravação de áudio. Inclusive, Suely disse que se o João não fizesse o ‘serviço’ contrataria outro grupo, o dos Boiadeiros. O empresário foi informado por João de que a morte dele seria a mando de uma ex-namorada”, explicou. [caption id="attachment_276496" align="aligncenter" width="765"] Foto: Reprodução/SSP-AL[/caption] Conforme o delegado, Suely pediu ao pistoleiro que pegasse uma agenda que estava com a vítima como prova da morte, e essa agenda foi pega e entregue para Suely na porta do prédio dela junto com o restante do dinheiro os R$ 15 mil. Câmeras de segurança gravaram o momento em que ela conversa com o suposto cobrador, com uma sacola branca na mão. Ela e o filho estão presos temporariamente e responderão pelo crime de lavagem de dinheiro agiotagem e organização criminosa. Durante a operação Viúva Negra, o filho de Suely foi detido por posse ilegal de arma de fogo. Thiago Prado reforçou também que João fazia as cobranças da agiotagem para Suely, e que a mesma, achava que ele pudesse efetuar o crime por R$ 30 mil. Ainda não se sabe se a vítima teria envolvimento com agiotagem, mas os conflitos entre o casal, segundo o delegado, começaram devido ao patrimônio (imóveis) de ambos. "O padrão de vida que eles tinham não condiz com os ganhos reais da família. O Igor não tem emprego, a Suely é aposentada da Assembleia Legislativa e a vítima trabalha em uma empresa lá no polo", frisou. “Suely na sua prisão demonstrou para polícia grande espanto quando soube que o marido estava vivo, ela alegou que mandou matar porque era agredida por ele, mas não tem nenhum Boletim de Ocorrência (BO) contra o empresário, a vítima não pode ser beatificada vamos continuar investigando apurando as informações”, ressaltou o delegado. Prado disse ainda que Suely pagou R$ 15 mil antecipado, ao longo de um mês para João, e que o restante do pagamento, mais R$ 15 mil, no dia 24 de janeiro, sacado por Igor, o filho de Suely, e entregue por ela, a João, na porta do prédio onde ela mora. “O empresário já prestou depoimento na polícia e encontra-se em Alagoas, mas estava escondido em outro estado até que fosse descoberta toda a trama e os suspeitos presos. João enganou Suely, ele disse em depoimento como colaborador, que não queria matar o empresário e nem que ele fosse morto, por isso que avisou a vítima, e Jaetts Ferreira Junior foi para outro estado”, acrescentou a autoridade policial.