Polícia

Homem acusado de abusar de enteada de 3 anos tem pedido de prisão acatado

Criança corre risco de ficar paraplégica por causa da violência que sofreu

Por Autor: Rívison Batista 29/10/2018 21h57
Homem acusado de abusar de enteada de 3 anos tem pedido de prisão acatado
Reprodução - Foto: Assessoria
A promotora Dalva Tenório, da 14ª Vara Criminal de Maceió, concedeu entrevista à imprensa, na noite desta segunda-feira (29), no Fórum da Capital, localizado no bairro do Barro Duro. A promotora falou sobre o crime de abuso sexual sofrido por uma criança de três anos de idade em Alagoas. O abusador da menina é o seu próprio padrasto, identificado como Cleiton Silva de Souza. O corpo e o rosto da vítima, segundo o Ministério Público Estadual (MPE) ainda estão com hematomas e também houve lesões na mucosa interna do ânus. Segundo a promotora, o pedido da prisão do padrasto da menor foi acatado nesta segunda pelo Tribunal de Justiça e a criança corre o risco de ficar paraplégica por causa da violência que sofreu. “Foi um dos casos mais terríveis que eu já trabalhei. Porque, em primeiro lugar, trata-se de uma criança indefesa que estava na sua casa, com sua família. Em segundo lugar, o próprio padrasto abusava dessa menor. Ela é do interior e ele a trouxe do interior para pedir esmola em Maceió. O padrasto também abusou dela em uma casa aqui em Maceió. As pessoas vizinhas a essa casa começaram a notar que a criança não estava passando bem”, relata a promotora à reportagem da Tribuna. Dalva Tenório afirmou que, após os vizinhos falarem com o padrasto, ele levou a criança ao Hospital Geral do Estado (HGE), no bairro do Trapiche da Barra, e, chegando ao hospital, o homem apresentou-se como pai da menina, além de ter sido grosseiro com os funcionários da unidade hospitalar. “Constataram que aquela criança estava com a mucosa anal toda dilacerada, além de ter tido traumatismo craniano. Ela está com problemas graves e pode, inclusive, ficar sem andar. Fora os problemas físicos, existem também os problemas psicológicos que essa criança pode adquirir, que eu chamo de queloides da alma”, disse. A criança, assim como o padrasto, são do município de Messias. A promotora declara que, apesar de a criança morar com a mãe e ser cercada da família e de vizinhos, não entende como a situação de abusos constantes do padrasto chegou a esse ponto. “Eu sempre digo que, ao redor de uma criança que foi abusada, tem uma família que não cuida. Porque uma criança que é bem cuidada não passa por esse tipo de problema”, afirmou a promotora. Recado à sociedade A promotora disse que, no último dia 23 de outubro, foi pedida a prisão do acusado. “Entendemos existir registros suficientes de autoria e de materialidade”, falou Dalva Tenório. Para finalizar a entrevista, a promotora da 14ª Vara Criminal da Capital faz um apelo para a população através da imprensa. “Se alguma criança que mora perto de você grita muito ou vive com marcas no corpo, denuncie. Pois, se neste caso houvesse uma denúncia anteriormente, esta tragédia poderia não ter acontecido na vida dessa menina”, disse a promotora Dalva Tenório.